Um número e uma promessa explicam a disparada de 12% do Spotify (SPOT)
O Spotify (SPOT; S1PO34) reportou no pré-mercado desta terça-feira (31) os resultados corporativos referentes ao quarto trimestre de 2022.
A plataforma de streaming conseguiu aumentar em 14%, na comparação anual, a base de clientes pagos nos últimos três meses do ano passado, totalizando 205 milhões de usuários. O número é 3 milhões acima das projeções da própria companhia para o período.
Houve avanço também para os usuários ativos mensais da empresa (MAUs, na sigla em inglês), o que inclui os clientes não cadastrados no pacote Premium. Segundo o balanço da empresa, são 489 milhões de usuários ativos na plataforma, o que representa uma alta de 20% em base anual.
Os mercados ficaram animados: as ações da empresa negociadas na Nasdaq disparam 12% no pregão, aos US$ 108,73. Apenas em janeiro, a valorização do papel chega a 36%.
Já a BDR S1PO3, negociada na B3, acompanha o movimento e sobe 9,39%.
A expansão da base foi suficiente para os investidores relegarem o prejuízo líquido de 270 milhões de euros (a empresa tem sede na Suécia), o que equivalente a R$ 1,49 bilhão. Contribuiu para o número o forte prejuízo operacional do Spotify, sobretudo, a partir de um aumento de 44% das despesas na comparação anual.
Adicionalmente, o Spotify reportou um aumento de 18% na receita na comparação ano-a-ano, com destaque para o segmento de anúncios na plataforma.
CEO do Spotify se compromete com ‘eficiência’
Na teleconferência que acompanhou os resultados, o CEO do Spotify, Daniel Ek, soube dar aquele ‘empurrãozinho’ final para a sedução dos investidores, que permanecem receosos após a companhia ter perdido praticamente dois terços de valor de mercado entre 2021 e 2022.
Ek disse que “alguns erros” foram feitos com relação ao investimento feitos em áreas de alto crescimento, como o segmento de podcasts da plataforma. Em sua autoanálise, o CEO disse ter se deixado levar pelo momento [referindo-se ao ambiente de abundante liquidez financeira] e gastou mais do que deveria.
Adiante, e em consideração ao cenário macroeconômico mais turbulento, Ek enfatizou que o Spotify passará a priorizar “com grande intensidade” a eficiência e tornará os investimentos mais seletivos.
Para o CEO, a nova era do Spotify deve considerar expansão aliada à eficiência, “não apenas um crescimento a todo custo”. A promessa vem na esteira de um corte de 6% no quadro de funcionários da plataforma de streaming, anunciado há poucos dias.
Das 9,8 mil pessoas anteriormente empregadas no Spotify, 600 delas foram demitidas. Os cortes se concentraram principalmente nos Estados Unidos.