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Um dado da prévia da MRV (MRVE3) deixa mercado preocupado e ação tomba

19 jan 2023, 13:07 - atualizado em 19 jan 2023, 13:07
MRV
Ações da MRV recuam no pregão com mercado preocupado com a queima de caixa da empresa e escalada da alavancagem (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

As ações da MRV (MRVE3) recuam desde a abertura do pregão desta quinta-feira (19) e tem uma das maiores quedas do índice Ibovespa com o mercado reagindo negativamente aos números reportados na prévia operacional do quarto trimestre de 2022, divulgada pela companhia ontem à noite.

Por volta das 12h55 (de Brasília), os papéis caíam 5%, perto de R$ 6,80. O movimento de queda da empresa mineira puxa outras construtoras que, após dois pregões de altas, recuam também com correção técnica.

Aumento de preços das unidades ajuda MRV

Para o head de real estate da XP, Ygor Altero, a MRV&Co apresentou números mistos no trimestre. De positivo, segundo ele, foi a continuidade no aumento do preço médio por unidade vendida na operação da MRV, em linha com a estratégia de recuperação de margens.

“A companhia parece mais confortável para aumentar seu volume de lançamentos daqui para frente. Como resultado, os lançamentos aceleraram significativamente, quase dobrando na comparação trimestral. De negativo, foi o consumo de caixa de R$ 539 milhões, impactado pela fraca margem bruta no principal negócio da empresa”, diz.

Números abaixo e forte queima de caixa preocupa

Os analistas do Santander que acompanham setor imobiliário comentam que os números ficaram abaixo do esperado combinados pela pré-venda de unidades mais fraca e pelo consumo de caixa também mais forte do que o esperado na divisão Brasil.

“Acreditamos que os contínuos aumentos de preços devem desempenhar um papel importante na melhora da lucratividade da MRV. Porém, a lenta conversão desse reajuste para as margens brutas reportadas pode continuar a limitar o desempenho da ação no curto prazo”, avaliam.

Para a equipe de real estate do BTG Pactual, os números fortes de lançamentos foram compensados ​​pela falta de brilho das vendas, além de uma “grande queima” de caixa, que elevou a alavancagem da companhia para 66%. O que mostra um curto prazo difícil para a construtora.

“O destaque foi o grande aumento de lançamentos. A MRV já está vendo melhores perspectivas para seus projetos do Casa Verde e Amarela [novamente rebatizado para Minha Casa, Minha Vida] com margens mais fortes. Por isso optou por aumentar lançamentos”, explicam os analistas do banco.

Subsidiária mostra números melhores

Em contrapartida, o Itaú BBA pondera que os números de outubro a dezembro mostraram uma geração de caixa melhor do que a esperado pela subsidiária norte-americana Resia (ex-AHS), após a venda de ativos anunciada anteriormente e redução de unidades produzidas.

Lembrando que, no terceiro trimestre, a Resia queimou quase R$ 1 bilhão de caixa, puxando o indicador da MRV&Co no período.

Ações da MRV estão descontadas

Por fim, os analistas do BTG acrescentam que o panorama da MRV é desafiador uma vez que as margens podem permanecer fracas por um tempo e a alavancagem está escalando. Contudo, eles veem que o valuation está excessivamente descontada.

“O que significa que os investidores estão precificando o momento mais fraco, ignorando as recentes mudanças positivas no programa de habitação popular, que certamente beneficiarão a MRV”, observam.

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