Um bom início de safra para São Martinho (SMTO3)? O balanço do 1T25, segundo BB, BTG e XP
A São Martinho (SMTO3) viu seu lucro líquido cair 51,7% no primeiro trimestre da safra 2024/2025 (1T25) na comparação com o 1T24, passando de R$ 220,268 milhões para R$ 106,32 milhões. O Ebitda ajustado, por outro lado, cresceu 20,7% no mesmo comparativo, para R$ 672,339 milhões.
Para os analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak, da XP Investimentos, o início da temporada da São Martinho foi sólido, com números em linhas com as estimativas. Do lado positivo, os resultados do açúcar foram mais fortes, refletindo volumes e preços mais altos, enquanto a maior diluição de custos beneficiou as margens. Por outro lado, as margens do etanol pioraram devido aos preços mais baixos. A casa aponta recomendação neutra e preço-alvo de R$ 33,20, que representa uma valorização potencial de 13% para a ação.
“Os preços do açúcar subiram 13% na comparação anual, o que, combinado com o aumento de 13% nos volumes, levou a um aumento de 26% na receita, em linha com as nossas expectativas. Do lado negativo, as margens do etanol se deterioraram. Os volumes aumentaram 56% , impulsionados pelo aumento da demanda, mas também por uma base de comparação mais fraca. A queda de preços levou a receita líquida a aumentar 30% em relação ao primeiro trimestre de 23/24, tambérm em linha”, apontam.
Bom momento para SMTO3
De acordo com o BB Investimentos, há boas perspectivas para empresa (recomendação de compra e preço-alvo de R$ 42) e para o setor, a partir de:
- Safra atual deve contar com maior produtividade, com a melhora climática já observada nesses primeiros meses;
- A dinâmica de preços de açúcar deve seguir alta, dada a previsão de déficit global, agravada pelo fenômeno climático El Niño;
- Modesta retomada nos volumes de etanol no mercado doméstico, o que geralmente favorece companhias grandes, como a São Martinho, que tem maior capacidade de estocagem;
- Custos de fertilizantes e insumos já vêm reduzindo (ainda que o custo com mão de obra deva seguir pressionando margens)
Na visão do BTG Pactual, a São Martinho iniciou a temporada com bons resultados. O ATR total vendido (incluindo etanol de milho) aumentou 27% na comparação anual (13% acima das estimativas do BTG), gerando um aumento de 22% nas receitas, atingindo R$ 1,6 bilhão (6% acima das projeções do banco).
Graças a uma estação muito seca, a São Martinho acelerou seu ritmo de moagem no início do ano fiscal, produzindo 1,2 milhão de toneladas de ATR (39% de sua projeção para o ano; avanço de 21% anualmente), suportada por uma forte rentabilidade de cana-de-açúcar de 91,7 toneladas/ha.
“Do aumento de 27% no ATR vendido no trimestre, a maior parte veio do etanol, com a empresa vendendo 58% a mais que no ano fiscal de 2024. No entanto, o crescimento da receita foi um tanto fraco, uma vez que os preços do etanol caíram 18% em 12 meses, devido a uma base de comparação difícil”, afirmam Guilherme Guttilla, Bruno Lima, Thiago Duarte e Pedro Soares.
Perspectiva para São Martinho
Para o futuro, os analistas veem perspectivas positivas, com a expectativa de que a demanda no Brasil exceda a capacidade de oferta este ano, potencialmente elevando os preços do etanol acima da paridade de 70% com a gasolina na bomba.
Fora isso, a planta de milho está agora operando com capacidade total e, embora o projeto tenha gerado um prejuízo líquido no ano passado, há perspectivas brilhantes no futuro, segundo o BTG. Além disso, os preços do açúcar devem impulsionar ainda mais o que consideram um ano muito promissor.
“A São Martinho continua sendo uma tese central no setor agrícola, sustentada por uma base de ativos incomparável (menores custos de produção) e uma grande consciência de alocação de capital. O valuation atual é decente com um yield de geração de caixa recorrente de 9% no ano fiscal de 2025″.
Veja os resultados do 1T25