Um boi na linha do Copom: divergência dos diretores afeta mercado em meio à espera pelo IPCA de abril e balanços do 1T24; confira esses e outros destaques do dia
O Ibovespa andou na contramão dos mercados internacionais na quinta-feira. Enquanto Wall Street renovou recordes de alta, a bolsa brasileira recuou 1%.
Ao longo do dia, a maior parte do mercado apontou o dedo para suposta leniência de parte do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) com a inflação.
Com o passar das horas, porém, analistas passaram a criticar também uma aparente falha na comunicação do Copom.
Embora tenha havido divisão e os diretores alinhados com o governo tenham votado por um corte maior da taxa Selic, o tom do comunicado foi duro.
Se a ideia era atenuar a votação dividida com uma mensagem mais forte, a estratégia converteu-se em um boi na linha. Não deu certo.
Qualquer esclarecimento ocorrerá somente na terça-feira, quando o Copom divulgará a ata da reunião desta semana.
Até lá, os investidores podem buscar algum fôlego na alta das bolsas internacionais, que prossegue hoje, e em uma eventual melhora do IPCA de abril.
A expectativa dos analistas é de que a inflação oficial no Brasil tenha acelerado de 0,16% a 0,33% na leitura mensal, mas desacelerado de 3,93% para 3,64% no acumulado em 12 meses.
Os investidores também monitoram os discursos de uma série de dirigentes do Fed.
O que você precisa saber hoje
SEXTOU COM O RUY
Bolsa barata não basta: enquanto os astros locais não se alinham, esses ativos são indispensáveis para a sua carteira. O colunista Ruy Hungria sabe que você não tem sangue de barata para deixar todo o patrimônio em ações brasileiras – e, para ele, também não é confortável ver os ativos caindo.
AGORA VAI?
Uma luz para a Light (LIGT3): acordo com bondholders pode levar a aprovação de plano de recuperação judicial ainda este mês. A recuperação judicial da companhia está prestes a completar um ano, mas um passo importante para o fim do processo acabou sendo adiado para o dia 29 de maio.
BALANÇO
Magazine Luiza (MGLU3) supera previsões com lucro no 1T24, aumento de margem e caixa estável; confira os números da varejista. As vendas nas lojas físicas cresceram 8% entre janeiro e março deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto o marketplace avançou 6%.
REFORÇO DE PESO
Bradesco (BBDC4) contrata executivo do Mercado Livre (MELI34) para comandar varejo digital. O banco está passando por um grande processo de reestruturação após resultados que o distanciaram de rivais como o Itaú Unibanco e o Banco do Brasil.
DE OLHO NO ENDIVIDAMENTO
É o fim dos dividendos gordos? CEO da Taesa (TAEE11) revela o motivo por trás da mudança na política de proventos. Além do balanço do primeiro trimestre de 2024, a empresa de transmissão de energia anunciou ontem uma proposta para alterar a distribuição de proventos; entenda.
SEM CESSAR-FOGO
Não vai parar: Netanyahu resiste à pressão dos EUA e diz que Israel lutará sozinho contra o Hamas. A sinalização vem depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que cortará o suprimento de alguns itens militares para Israel por conta da ofensiva em Rafah.
Uma boa sexta-feira para você!