Ultrapar (UGPA3): Por que as ações saltam 9% após 1T23 de altos e baixos
As ações da Ultrapar (UGPA3) avançavam 9,25%, a R$ 15,82, no pregão após a divulgação do balanço do primeiro trimestre de 2023. Por volta das 13h20 desta quinta-feira (4), os papéis lideravam as altas do Ibovespa (IBOV), que recuava 0,53%, a 101.257 pontos.
A reação positiva do mercado é pautada pela normalização de margens do Ipiranga e pelo bom desempenho das demais operações do grupo, diz o analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman.
No resultado da companhia, os destaques positivos foram as maiores contribuições da Ultragaz e da Ultracargo, de acordo com Arbetman.
Por outro lado, o Ipiranga registrou perdas de inventário e maiores despesas. Esses pontos deixam a rede de postos distante de seu potencial, apesar da melhora gradual nas margens no trimestre, afirma.
Com um resultado financeiro mais “oneroso”, o lucro líquido da Ultrapar foi inferior ao esperado, diz o analista. A companhia teve lucro de R$ 274 milhões, queda de 41% em relação ao mesmo período do ano passado.
O analista salienta que o mercado ainda espera por melhores resultados da principal operação do conglomerado. A Ativa tem recomendação neutra para UGPA3, com preço-alvo em R$ 18.
O lado positivo do balanço da Ultrapar
A Ultracargo foi um dos destaques do balanço da Ultrapar nos três primeiros meses do ano, afirma o analista da Ativa. A empresa voltou a “performar bem” e viu uma evolução trimestral de 4% nas receitas líquidas, devido a novos contratos e aos maiores preços spot.
A Ultracargo também teve baixa de 1% no custo dos produtos vendidos (CPV), impactado pelo menor custo com manutenção e pessoal, e recuo de 7% em vendas, despesas gerais e administrativas (SG&A). Com isso, o Ebitda ajustado da empresa evoluiu 10%.
A Ultragaz não ficou para trás, pois as menores despesas da seção garantiram evolução do Ebitda, diz Arbetman.
A queda de 3% nas vendas, em função da sazonalidade, levou a uma baixa de 7% nas receitas líquidas da Ultragaz. Além disso, os custos evoluíram 8% por conta de maior requalificação de vasilhames, mesmo com menores preços de GLP.
Ainda assim, com a queda de 11% em SG&A, a operação observou uma evolução de 5% em seu Ebitda recorrente.
Outro ponto importante no trimestre foi a alavancagem, diz o analista, que passou para 2x. “A evolução ocorreu devido ao consumo de caixa causado em função da estratégia de reduzir sua exposição à linha de risco sacado”, explica.