Ultrapar mostrará trimestre difícil em balanço, mas resultados não devem ser tão ruins, avalia Credit Suisse
Os resultados da Ultrapar (UGPA3) estão previstos para sair na próxima quarta-feira (12), após o fechamento do mercado. A companhia, que teve suas operações severamente impactadas pelas medidas de distanciamento social impostas para conter o avanço do coronavírus, deve postar mais um trimestre de resultados fracos. No entanto, o baque não será tão grande quanto o mercado imaginava.
Apesar da queda dos preços do petróleo e da baixa demanda no período, o Credit Suisse estima que o Ebitda da Ultrapar atingirá R$ 652 milhões – queda de 19% em relação ao primeiro trimestre e de 4% no comparativo anual. O lucro líquido esperado é de R$ 90 milhões, um recuo trimestral de 47%, e de 25% em relação ao mesmo intervalo de 2019.
Os aspectos negativos do balanço devem vir principalmente pela Ipiranga. O banco projeta uma margem Ebitda de R$ 70/m³ para a subsidiária (contra R$ 80/m³ dos três primeiros meses de 2020). As perdas de inventário podem ser maiores do que o esperado, o que pressionaria ainda mais a margem do trimestre.
Outros negócios
O Credit Suisse prevê poucos impactos para as demais unidades de negócios da Ultrapar. O Ebitda estimado da Ultragaz é de R$ 152 milhões, representando um aumento de 3% na comparação trimestral. O analista Regis Cardoso disse, em relatório divulgado aos clientes, que a queda nos volumes dos segmentos industrial e comercial será parcialmente compensada pelo aumento dos volumes residenciais.
No caso da Ultracargo, o Credit Suisse acredita que a companhia está quase imune aos efeitos da pandemia de covid-19. Já a Extrafarma deve apresentar um Ebitda estável em R$ 9 milhões, enquanto a Oxiteno sentirá no futuro os impactos da depreciação cambial.
O banco tem recomendação neutra para a Ultrapar, com preço-alvo em 12 meses de R$ 23.