Ultrapar mostra recuperação no terceiro trimestre e agrada analistas
A Planner ficou satisfeita com o desempenho da Ultrapar (UGPA3) no terceiro trimestre. Segundo a corretora, após uma forte queda entre abril e junho, os resultados foram puxados pela recuperação da rede de postos Ipiranga, aliada à maior resiliência das outras empresas do grupo, como a Ultragaz e a Oxiteno.
Para Luiz Francisco Caetano, que assina o relatório da Planner, a expressiva recuperação da Ipiranga mostra que “o mercado de distribuição de combustíveis está sendo muito beneficiado pelo fim das restrições à movimentação”.
Outro ponto positivo, segundo o analista, é a queda de 2,6% da dívida líquida, em relação ao segundo trimestre, somando agora R$ 10,7 bilhões. É verdade que, na comparação com um ano antes, os números ainda são desfavoráveis. A dívida é 5,8% maior que a do terceiro trimestre de 2019.
Ainda assim, a Planner está otimista com a Ultrapar e reforçou sua recomendação de compra para as ações, com preço justo de R$ 22. O valor embute uma alta potencial de 10% sobre a cotação usada como referência pela corretora.
“Esperamos que a recuperação no mercado de combustíveis persista, assim como as outras empresas continuem mantendo o ritmo de crescimento dos lucros”, afirma a Planner. Um fator que pode mexer muito as ações é a eventual aquisição da refinaria Presidente Getúlio Vargas, à venda pela Petrobras (PETR3; PETR4).
“Se a empresa [Ultrapar] for a vencedora do processo, esta notícia terá grande impacto na ação, dependendo do preço, forma de pagamento e um possível parceiro na aquisição”, explica o analista.
Resultados
A Ultrapar lucrou R$ 277,3 milhões no terceiro trimestre, uma queda de 9,76% ante mesma etapa de 2019, porém levemente acima da previsão média de analistas ouvidos pela Refinitiv, de R$ 272,7 milhões.
Embora tenha tido redução de 11% no volume vendido no comparativo ano a ano, a rede Ipiranga teve recuperação robusta na medição sequencial. O negócio responde por mais de metade do resultado da Ultrapar.