Ultrapar lidera negociações com Petrobras pela Refap
O Grupo Ultrapar (UGPA3) apresentou à Petrobras (PETR4) a maior oferta pela Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), localizada no Rio Grande do Sul, e está à frente nas conversas para aquisição do ativo, segundo três pessoas próximas ao assunto.
O negócio faz parte de esforços do governo para acabar com o quase monopólio da Petrobras no refino, abrindo um dos maiores mercados de combustíveis do mundo a investidores privados, com a venda de oito refinarias. Atualmente, a Petrobras negocia cinco delas com empresas que apresentaram as maiores ofertas.
A Petrobras tenta negociar com a Ultrapar uma melhora na oferta antes de decidir se fecha negociações exclusivas, disseram as fontes. Ofertas abaixo da faixa de preço estimada inicialmente pela estatal levaram a companhia a não cumprir sua meta interna de anunciar vendas até o final de 2020.
Petrobras e Ultra declinaram de comentar.
A Raízen, joint-venture formada por Shell e Cosan, também apresentou uma proposta pela Refap, de acordo com duas das fontes. Uma segunda rodada de ofertas não está descartada, disseram elas.
A Raízen também não comentou o assunto.
O conglomerado indiano Essar Group, que foi classificado para a fase vinculante, deixou a disputa pelo ativo, acrescentaram as fontes.
Ultrapar e Raízen também fizeram ofertas pela Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), que abastece Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso. A Petrobras hesitou em declarar uma oferta vencedora porque considera os preços baixos demais, segundo as três pessoas.
Refap e Repar estão localizadas na região Sul e possuem uma capacidade de produção de 200 mil barris por dia cada, ou cerca de 18% da capacidade do país.
Regras antitruste impedem a Petrobras de vender as unidades de uma mesma região para a mesma empresa.
Além disso, a Petrobras está em negociações exclusivas com o Mubadala Investment, de Abu Dhabi, para venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia. Essas conversas, em estágio mais avanço, podem resultar em um acordo já neste mês, afirmaram duas das fontes.
A petroleira ainda negocia as vendas das refinarias Isaac Sabbá (Reman, em Manaus), Lubnor e Six, disse uma das pessoas, acrescentando que não foi estabelecida qualquer exclusividade, o que permite novas ofertas.