‘Últimos CPI com certeza contribuíram para aumento da confiança do Fed’; veja apostas para juros dos EUA
A desaceleração do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) em junho dá maior confiança ao Federal Reserve (Fed) para iniciar o corte de juros, avalia o economista sênior do Inter, André Valério.
O CPI caiu 0,1% na base mensal e desacelerou para 3% na anual — abaixo das estimativas do mercado de alta de 0,1% e 3,1%, respectivamente.
“O Fomc, na figura do Powell, afirmava que gostaria de ver dados benignos de inflação para ganharem maior confiança de que a inflação está convergindo ao centro da meta e assim poderem iniciar o ciclo de cortes nos juros. As três últimas leituras do CPI com certeza contribuíram para o aumento dessa confiança”, diz.
Além disso, o economista ressalta que os sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho têm feito o Fomc reavaliar seu balanço de riscos,
Em sabatina no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara nesta semana, o presidente da autoridade monetária reconheceu que “os riscos para alcançar as metas de emprego e de inflação estão atingindo um melhor equilíbrio”.
Powell, no entanto, voltou a afirmar que ainda precisa de “mais bons dados” econômicos antes de começar o afrouxamento monetário nos EUA.
Apostas de corte de juros em setembro sobem após CPI
Após a surpresa no CPI do mês passado, o mercado elevou as apostas para corte de juros nos EUA em setembro.
Segundo o CME FedWatch Tool, ferramenta que mostra as probabilidades dos próximos passos do Fed, há 83% de chances de o primeiro corte — de 0,25 ponto percentual — acontecer na reunião de setembro. Ontem, as apostas estavam na casa dos 70%.
O Inter também mantém seu cenário de início da flexibilização no nono mês deste ano, com uma pausa em novembro e outro corte em dezembro.
“Esperamos que na reunião ao fim desse mês o comitê estabeleça as fundações para iniciar o ciclo de cortes”, afirma Valério.