Última alta? Aperto monetário do Banco Central pode não acabar amanhã
Na quarta-feira (03), o Comitê de Política Monetária (Copom) deve anunciar um novo reajuste na Selic. A projeção inicial, tanto do mercado quanto do próprio Banco Central, era de um aumento de 0,5 ponto percentual, que eleva a taxa de juros de 13,25% para 13,75%.
Depois disso, a expectativa era de uma pausa no aperto monetário. No entanto, já existem dúvidas de como será a reunião.
Fabrizio Velloni, economista chefe da Frente Corretora, aponta que o Banco Central pode surpreender com uma alta mais branda.
“A economia vem demonstrando um certo aquecimento, assim como a desaceleração do IPCA. Uma taxa de juros a 13,75% pode ser até meio exagerada vendo o atual movimento da inflação. De repente, o Copom pode até surpreender deixando essa taxa em 13,5%”, afirma.
Já Fabio Louzada, economista, analista CNPI e fundador da Eu me Banco, acredita que é cedo para dizer que o Banco Central fará a sua última alta e que a Selic deve chegar a, pelo menos, 14% neste ano.
“Por mais que a inflação já tenha mostrado arrefecimento, o ambiente ainda não é 100% seguro para encerrar o ciclo. Neste ano, não devemos ter uma inflação dentro da meta e não acho que o Banco Central se arriscaria a interromper o ciclo agora.”
Onze altas depois
O Banco Central brasileiro foi uma das primeiras autoridades monetárias a mexer na taxa básica de juros – muito por causa do fantasma da hiperinflação. O primeiro reajuste foi em março do ano passado, quando a Selic avançou 0,75 pp, após sete meses em seu menor patamar, de 2%.
Nesse quase um ano e meio, a taxa passou por 11 altas e está no patamar de 13,25% – trata-se do maior desde janeiro de 2017 – e parece dar sinais de que o aperto monetário está funcionando.
“O que mudou desde que o Copom começou a subir juros é que começamos a ver sinais de que a inflação aos poucos está arrefecendo por mais que o cenário não esteja totalmente tranquilo”, afirma Fabio.
O economista lembra que os créditos não ficam só para o Banco Central. Houve um empurrãozinho do governo para que a inflação desacelerasse: as medidas para reduzir impostos como ICMS dos combustíveis e energia tem impactado nos números.
Além disso, o impacto da redução no preço da gasolina, por parte da Petrobras (PETR3; PETR4), também deve ser visto já nos dados de inflação de agosto.
Ainda assim, tem muita inflação para combater. O Relatório Focus desta semana até reduziu a estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2022 de 7,30% para 7,15%.
No entanto, as estimativas para 2023 avançaram de 5,30% para 5,33% – provavelmente uma influência dos efeitos das medidas do governo que estimulam o consumo, como ampliação do Auxílio Brasil.
Para Marcela Rocha, economista-chefe da Claritas, o Banco Central deve sinalizar sim o fim do aperto monetário, mas sem descartar novas altas se necessário.
“Se o Banco Central ver uma piora daqui a 45 dias no cenário econômico, ele pode voltar a subir os juros. Esses ajustes vão depender da atividade econômica e da inflação.”
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