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“Ufa”, mercado de etanol já comemora vitória de Haddad na volta dos impostos

27 fev 2023, 16:54 - atualizado em 27 fev 2023, 18:31
Ações de etanol
Etanol será beneficiado com a volta das taxas federais sobre os combustíveis (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

A continuidade da desoneração dos combustíveis não era mais praticamente posta em dúvida. Mas o ministro da Fazenda Fernando Haddad conseguiu vencer a disputa no governo, e convenceu o presidente Lula a definir pela volta taxação do PIS/Cofins e Cide.

O biocombustível será o beneficiado, com elevação menor dos impostos do que para a gasolina, respectivamente R$ 0,24 e R$ 0,69 por litro.

O presidente Lula, em decisão tomada há pouco nesta segunda (27), quase se rendeu ao núcleo político do governo, a começar pela pressão da presidente do PT, Gleisi Hoffmann. O temor da inflação pesava contra a decisão.

“O cenário que já era desastroso, desde que o presidente Bolsonaro isentou os combustíveis para ajuda-lo a se reeleger e, depois, quando o presidente Lula resolveu estender de 1º de janeiro até amanhã, menos mal que foi corrigido”, pontua Alexandre Lima, presidente da Usina Coaf, cooperativista, e da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP).

As destilarias, que não operaram com açúcar, seriam as mais prejudicadas, só que também haveria um excedente de açúcar sendo produzido, podendo levar a uma brusca queda das cotações em Nova York.

O cenário, para Lima, se perdurasse, lembraria o período da ex-presidente Dilma Rousseff, que, ao engessar os preços da Petrobras (PETR4), levou à bancarrota do setor, com muitas empresas falindo ou em recuperação judicial.

O etanol não compensava e o açúcar não remunerava.

No conjunto desse embate político do governo, o empresário pernambucano também reforça os temores do setor em relação à política de preços da estatal. Uma mexida na gestão de seguir os preços do petróleo e da gasolina internacional pode reproduzir a mesma crise, mesmo com o respiro que venha com a volta dos impostos.

Paulo Leal, presidente da Feplana, a associação nacional dos fornecedores de cana, com 60 mil filiados, elogiou a nova postura do governo. Porque a desoneração postergava a menor geração de empregos, aumentando a poluição.

Desde o ano passado estamos amargando prejuízos e o governo fez bem em acabar com isso”, disse o produtor do Norte do Paraná.

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