Internacional

UE quer utilizar mercados de carbono para elevar meta climática

02 dez 2019, 17:11 - atualizado em 02 dez 2019, 17:12
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Um pré-requisito para a meta mais rígida da UE é que mercados internacionais “excluam” de maneira confiável a capacidade de países que compram e vendem nos mercados de carbono (Imagem: Reuters/Yves Herman)

A União Europeia apenas planeja usar os mercados de carbono sob o Acordo de Paris para atingir metas ainda mais rígidas de redução de emissões, de acordo com a ministra do Clima da Alemanha.

A UE “usaria esses mecanismos de mercado exclusivamente para aumentar nossa ambição”, reforçando as metas de redução de emissões, disse a ministra do Meio Ambiente, Svenja Schulze, em documento oficial visto pela Bloomberg News.

Quase 200 países estarão reunidos por duas semanas para as negociações climáticas das Nações Unidas a partir desta segunda-feira.

A conferência em Madri tem como objetivo elaborar regras para os mecanismos de mercado de carbono sob o Acordo de Paris, disse Schulze. É uma meta que até agora não foi concretizada, apesar de anos de negociações.

A alemã Ursula von der Leyen, que assumiu a presidência da Comissão Europeia no domingo, prometeu elevar a meta de corte de emissões do bloco em 2030, de 40% em relação aos níveis de 1990, para 50% ou até 55%. O aumento foi pensado para estimular outros países a concordar com metas mais ambiciosas.

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As negociações da ONU buscam melhorar ou substituir o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Kyoto de 1997

O comércio de carbono pode incentivar a ambição, porque países emergentes que vendem créditos de carbono para nações ricas podem estar dispostos a implementar políticas de redução da poluição se isso gerar receita com a venda de créditos de carbono.

As negociações da ONU buscam melhorar ou substituir o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Kyoto de 1997, diante da queda de preços com a menor demanda.

Um pré-requisito para a meta mais rígida da UE é que mercados internacionais “excluam” de maneira confiável a capacidade de países que compram e vendem nos mercados de carbono de se atribuir os cortes de emissões, disse Schulze. Sem essas regras, o novo sistema permitiria efetivamente a “contagem dupla” da iniciativa de corte de emissões, disse.

Há um ano, uma disputa sobre o assunto – envolvendo dois grupos de países liderados respectivamente pela Alemanha e pelo Brasil – atrasou os trabalhos para o estabelecimento de novos mercados globais.

Os créditos de carbono de novos mercados poderiam ser usados para ajudar a cumprir as metas de emissão estabelecidos no Acordo de Paris e também comprados por companhias aéreas em um novo mercado global para o setor que está sendo criado pela ONU, segundo a Alemanha.

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