UE dá margem para que governos excluam alguns fornecedores de 5G
A União Europeia vai recomendar que estados membros considerem vetar alguns fornecedores para segmentos de suas redes 5G, em um documento que pode dar aos governos mais margem para restringir as atividades da chinesa Huawei Technologies.
A proposta faz parte da chamada “caixa de ferramentas” de medidas à qual a Bloomberg teve acesso. O objetivo das propostas é ajudar governos nacionais a mitigarem os riscos decorrentes da tecnologia móvel 5G. As recomendações ajudarão a coordenar as políticas dos estados membros para reduzir a probabilidade de espionagem e sabotagem.
Embora as medidas não mencionem explicitamente a China, as propostas ajudarão governos da UE a decidirem se devem limitar o acesso da Huawei e de outros fornecedores chineses à rede 5G, à medida que operadoras de telefonia aceleram o investimento na tecnologia.
Os estados membros tomarão medidas após avaliações de risco que levem em consideração critérios descritos em um relatório anterior, como avaliação do sistema democrático no país de origem do fornecedor, de acordo com as propostas.
O documento deve ser apresentado por autoridades da UE na quarta-feira da semana que vem. As propostas também incluem o reforço do papel das autoridades nacionais, auditorias de operadoras de telecomunicações e medidas para garantir a diversidade de fornecedores para qualquer empresa de telefonia.
O 5G promete corrigir gargalos de dados em áreas de alta demanda e permitir aplicativos móveis mais sofisticados, como jogos de realidade aumentada e mapeamento. A tecnologia também será usada para conectar fábricas, sistemas de transporte e infraestrutura crítica.
Autoridades dos Estados Unidos há muito tempo instam governos europeus a excluir a Huawei de suas redes, argumentando que a empresa ameaça a segurança nacional. Autoridades da Huawei e da China negaram repetidamente que a empresa represente risco de espionagem.
Apesar do lobby dos EUA, o documento longamente esperado não sinaliza um veto total que impeça empresas chinesas de conseguir contratos lucrativos de 5G.