UE cogita teto de US$ 65 a US$ 70 para barril de petróleo russo
A União Europeia cogita um teto de preço para o petróleo russo entre US$ 65 e US$ 70 o barril, segundo pessoas familiarizadas com o assunto, um nível que seria mais generoso para Moscou do que muitos esperavam quando o G7 propôs a ideia pela primeira vez.
A faixa está bem acima do custo de produção da Rússia e mais alto do que alguns países pediram. Como a Rússia já vende seu petróleo com desconto, um limite alto pode ter um impacto mínimo.
Depois de meses de discussões sobre o plano de teto, que foi primeiro proposto pelos EUA, espera-se que as nações do G7 cheguem a um valor entre US$ 65 e US$ 70, disseram algumas das pessoas. Mas vários diplomatas da UE disseram que o nível proposto é alto demais. A faixa está em linha com a média histórica de antes da invasão.
A UE e o G7 podem anunciar o teto de preço ainda na quarta-feira, após a reunião de embaixadores do bloco, disseram as pessoas. O limite precisa do apoio de todos os estados membros para ser aprovado.
Os preços do petróleo caíram depois que a Bloomberg divulgou a faixa de preço proposta. Uma das razões é que seguradoras e transportadoras terão que garantir que as cargas que transportam sejam vendidas abaixo do preço máximo. Se o limite se aproximar dos níveis de desconto existentes, a Rússia poderá alegar que está conduzindo os negócios normalmente.
“Atualmente, o petróleo russo é negociado com um desconto significativo em comparação com o Brent, a cerca de US$ 65 por barril”, disse Simone Tagliapietra, membro sênior do think tank Bruegel em Bruxelas. “Se o teto de preço do G7 para o petróleo russo for definido em um nível semelhante, isso não prejudicaria muito a Rússia.”
O objetivo do teto de preço sempre foi ambíguo. Os EUA queriam garantir que o petróleo russo continuasse fluindo e, ao mesmo tempo, reduzir a receita de Moscou.
As sanções da UE inicialmente estavam mais focadas em reduzir a receita da máquina de guerra de Vladimir Putin. O resultado do limite negociado duramente foi suavizar o impacto das sanções iminentes da UE.
Para compensar o plano mais fraco contra o petróleo russo, um grupo de países da UE, incluindo Polônia e países bálticos, faz pressão por um novo pacote de sanções da UE contra a Rússia o mais rápido possível.
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