Invasão da Ucrânia

Ucrânia segue na luta contra a Rússia e Reino Unido promete apoio de longo prazo

18 jun 2022, 14:22 - atualizado em 18 jun 2022, 14:22
Boris Johnson, e presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy
Boris Johnson promete apoio de longo prazo à Ucrânia (Imagem: Serviço de Imprensa da Presidência da Ucrânia/Divulgação via Reuters)

Com uma nova benção às suas ambições de entrar na União Europeia e uma promessa de apoio contínuo do Reino Unido, a Ucrânia seguia lutando neste sábado (18), com tropas de Kiev resistindo ao ataque russo contra uma cidade crucial no leste, e comunidades atingidas por mais bombardeios pesados.

Em uma cúpula na próxima semana, líderes da União Europeia devem conceder à Ucrânia status de candidata formal ao bloco, após recomendação na sexta-feira do órgão executivo da UE, colocando Kiev a caminho de atingir um objetivo que parecia fora de alcance antes da invasão, mesmo que se tornar um membro de fato demore anos.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que fez uma visita surpresa na sexta-feira e ofereceu treinamento às forças ucranianas, sublinhou neste sábado a necessidade de apoiar o país e evitar a “saturação da Ucrânia” após quase quatro meses de guerra.

Nos campos de batalha, a cidade industrial de Sievierodonetsk, importante alvo da ofensiva da Rússia para tomar o controle da região de Luhansk, no leste, continuou sob forte artilharia e alvo de mísseis da Rússia, afirmou o Exército ucraniano neste sábado.

Autoridades locais relataram bombardeios ao longo da noite em vários locais nas regiões de Luhansk e Kharkiv, ambas no leste, e mais ao oeste em Poltava e Dnipropetrovsk. Mísseis atingiram a cidade de Kryvyi Rih, na região central, neste sábado, causando pelo menos duas mortes, disseram autoridades locais no aplicativo de mensagens Telegram.

Mísseis russos também atingiram um subúrbio de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, no começo do sábado, acertando um prédio municipal e começando um incêndio em um bloco de apartamentos, mas sem mortes, disse um governador regional.

A Reuters não conseguiu confirmar os relatos do campo de batalha de maneira independente.

A Rússia nega estar tentando atingir civis no que chama de “operação militar especial” para desarmar a Ucrânia e se livrar de nacionalistas perigosos que ameaçam a população que fala russo no leste do país.

Kiev e seus aliados dizem que isso é um pretexto sem fundamento para a guerra.

“Os russos estão avançando centímetro por centímetro e é vital que mostremos o que sabemos ser verdade, que a Ucrânia pode vencer e vai vencer”, afirmou Johnson a repórteres ao retornar ao Reino Unido de Kiev.

“No momento em que começa a haver saturação em relação à Ucrânia, é muito importante que mostremos que estamos com eles no longo prazo”, disse.

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Efeito oposto

Um dos objetivos do presidente russo, Vladimir Putin, ao ordenar a entrada de milhares de soldados à Ucrânia em 24 de fevereiro era interromper a expansão a aliança militar da Otan ao leste e manter sua vizinha ao sul fora da esfera de influência do Ocidente.

Mas a guerra, que matou milhares de pessoas, deixou cidades em cinzas e obrigou milhares a fugir, teve o efeito oposto.

Convenceu as neutras Finlândia e Suécia a buscarem entrada na Otan e ajudou a pavimentar o caminho para a candidatura da Ucrânia à União Europeia.

“Os ucranianos estão prontos para morrer pela perspectiva europeia”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, neste sábado, anunciando sua decisão de recomendar a Ucrânia e a vizinha Moldávia a se tornarem candidatas a integrar o bloco.

“Queremos que eles vivam conosco o sonho europeu”, disse, usando um blazer amarelo em cima de uma blusa azul, as cores da Ucrânia.

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