Invasão da Ucrânia

Ucrânia faz apelo por mais armas; Exército russo bombardeia Donbas

08 jul 2022, 20:40 - atualizado em 08 jul 2022, 20:40
O embaixador Andrei Kelin disse à Reuters que as tropas russas tomariam o resto de Donbas, no leste da Ucrânia, e não devem se retirar por terra na costa sul (Imagem: REUTERS/Gleb Garanich)

A Ucrânia fez um apelo aos aliados, nesta sexta-feira, para que enviem mais armas ao país enquanto suas forças se empenhando para desacelerar o avanço militar da Rússia pela região de Donbas, no leste, enquanto Moscou alertou as nações ocidentais sobre as consequências de suas represálias à invasão.

Sinalizando que o Kremlin não está em clima de concessões, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que o uso contínuo de sanções contra a Rússia pode provocar um aumento “catastrófico” ao preço da energia.

O principal diplomata da Rússia, o chanceler Sergei Lavrov, entrou em conflito com seus correspondentes ocidentais em uma reunião do G20, na qual eles cobraram que a Rússia permitisse que Kiev despachasse grãos ucranianos que estão bloqueados para um mundo cada vez mais com fome.

Enquanto isso, o enviado de Moscou a Londres não deu muita esperança de um recuo em partes da Ucrânia sob o controle da Rússia.

O embaixador Andrei Kelin disse à Reuters que as tropas russas tomariam o resto de Donbas, no leste da Ucrânia, e não devem se retirar por terra na costa sul.

A Ucrânia uma hora terá que fechar um acordo de paz “ou continuar caindo pelo precipício” até a sua ruína, disse.

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“Táticas de terra queimada”

Na quinta-feira, Putin indicou que as atuais perspectivas de encontrar uma solução ao conflito são baixas, dizendo que a campanha da Rússia na Ucrânia mal havia começado.

Os comentários do embaixador Kelin sugeriram o possível objetivo final da Rússia — uma partição forçada que deixa sua vizinha sem mais de um quinto do seu território pós-soviético.

A guerra ainda pode piorar, disse Kelin.

Na quinta-feira, Putin indicou que as atuais perspectivas de encontrar uma solução ao conflito são baixas, dizendo que a campanha da Rússia na Ucrânia mal havia começado (Imagem: Sputnik/Grigory Sysoyev/Pool via REUTERS)

Autoridades ucranianas, ecoando comentários do vice-comandante da unidade de infantaria nos arredores de Siversk, disseram que precisam de mais armas ocidentais de alta qualidade para reforçar suas defesas.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou um novo pacote de armas, no valor de 400 milhões de dólares, para a Ucrânia nesta sexta-feira, incluindo quatro sistemas de artilharia de mísseis de alta mobilidade adicionais (Himars) e mais munição.

“Não é o seu país”

Na reunião do G20 em Bali, Indonésia, alguns dos maiores críticos da invasão que começou em 24 de fevereiro confrontaram Lavrov, que se retirou da reunião e denunciou o Ocidente por “críticas frenéticas”.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pediu que Moscou liberasse os grãos, disse uma autoridade ocidental.

“Ele falou diretamente à Rússia: ‘Aos nossos colegas russos, a Ucrânia não é o país de vocês. O grão dela não é o seu grão. Por que você estão bloqueando os portos? Vocês deveriam deixar o grão sair’”, disse a autoridade.