Ucrânia busca reabrir transporte de grãos via Polônia em meio a proibições de importação
A Ucrânia pretende reabrir o transporte de alimentos e grãos via Polônia como “um primeiro passo” para acabar com as proibições de importação durante negociações em Varsóvia nesta segunda-feira, depois que países proibiram a entrada de grãos ucranianos para proteger seus mercados agrícolas locais de um influxo de oferta.
A Polônia e a Hungria anunciaram a proibição de algumas importações de grãos ucranianos no sábado. A Eslováquia disse nesta segunda-feira que fará o mesmo e outros países da Europa Central e Oriental disseram que também estão considerando uma ação.
Alguns portos do Mar Negro foram bloqueados após o início da invasão russa à Ucrânia em fevereiro do ano passado e grandes quantidades de grãos ucranianos — que são mais baratos que os produzidos na União Europeia — acabaram ficando em países da Europa Central por causa de problemas logísticos.
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Os agricultores locais dizem que isso baixou os preços e reduziu suas vendas e os governos pediram à União Europeia para agir.
“O primeiro passo, em nossa opinião, deve ser a abertura do trânsito, porque é muito importante e é algo que deve ser feito incondicionalmente e depois disso falaremos sobre outras coisas”, disse o ministro da Agricultura ucraniano, Mykola Solsky.
Cerca de 10% dos produtos alimentícios exportados pela Ucrânia atravessam a fronteira polonesa, disse Solsky em comentários publicados no aplicativo de mensagens Telegram pelo Ministério da Agricultura. As entregas para a Hungria representaram cerca de 6% das exportações agrícolas da Ucrânia, disse ele.
A Ucrânia realizará conversas adicionais na Romênia na quarta-feira e na Eslováquia na quinta-feira, acrescentou Solsky.
O embargo da Polônia, em vigor desde a noite de sábado, também se aplica ao trânsito pelo país para impedir que o transporte de grãos entre no mercado polonês.
“O objetivo final não é que a proibição de importações esteja em vigor indefinidamente, mas garantir que os grãos da Ucrânia, que serão exportados, vão (para onde estão indo)”, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Polônia, Pawel Jablonski, à estação de rádio RMF.