Ucrânia alerta Rússia que qualquer ataque custaria caro
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia alertou a Rússia nesta quinta-feira que um ataque contra seu país implicaria “perdas políticas, econômicas e humanas” e que custaria caro demais.
A Rússia está ampliando suas forças perto da fronteira ucraniana, e a Ucrânia, os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) expressam preocupações a respeito de um possível ataque russo, uma insinuação que o Kremlin refuta dizendo ser falsa.
“Não estamos tentando adivinhar o que vai na cabeça de (presidente russo, Vladimir) Putin”, disse o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, em um briefing televisionado.
“Estamos trabalhando para lhe dar um entendimento claro: um novo ataque à Ucrânia custaria caro demais, então é melhor não fazê-lo.”
Ele disse que o principal objetivo da Ucrânia é impedir a Rússia de realizar “ações agressivas adicionais”.
“Para fazê-lo, Moscou precisa entender claramente em quais perdas políticas, econômicas e humanas incorrerá no caso de um novo estágio de agressão”, disse Kuleba.
O chefe da inteligência militar ucraniana disse à publicação Military Times no final de semana que a Rússia tem mais de 92 mil soldados reunidos nos arredores das fronteiras da Ucrânia e que está se preparando para um ataque até o final de janeiro ou o início de fevereiro.
A Ucrânia, que quer se filiar à aliança militar da Otan, recebeu uma grande remessa de munição e de mísseis Javelin dos EUA no começo deste ano, o que provocou críticas do governo russo.
Na terça-feira, a Marinha ucraniana recebeu dois barcos de patrulha adaptados da Guarda Costeira norte-americana, parte de um pacote de assistência de 2,5 bilhões de dólares para a Ucrânia, e Kuleba disse que seu país poderia receber mais uma destas embarcações.
Os laços da Ucrânia com a Rússia entraram em colapso em 2014 depois que o governo russo apoiou separatistas que se rebelaram no leste ucraniano e assumiram o controle de territórios que a Ucrânia quer de volta. O governo ucraniano diz que cerca de 14 mil pessoas morreram no conflito desde então.
A Rússia não desistiu de conversar com a França, a Alemanha e a Ucrânia sobre como implantar um acordo de paz para o leste ucraniano, disse Maria Zakharova, porta-voz da chancelaria, nesta quinta-feira.