UBS insiste que tombo da Petrobras foi um baita exagero e dá 5 motivos para ter calma
Depois de surpreender o mercado ontem (22), mantendo sua recomendação de compra para as ações da Petrobras (PETR3; PETR4), enquanto os papéis tombavam na B3 e analistas diziam para os investidores venderem os papéis, o UBS BB voltou à carga nesta terça-feira (23) com um novo relatório.
Segundo a instituição, o mercado exagerou bastante no tombo de 21% com que as ações da estatal fecharam o pregão, em resposta à decisão do presidente Jair Bolsonaro de substituir Roberto Castello Branco pelo general Joaquim de Silva e Luna no comando da companhia.
“Cremos que esse desempenho é exagerado e se trata de uma resposta exacerbada ao recente fluxo de notícias”, afirmam Luiz Carvalho e Gabriel Barra, que assinam o relatório do UBS BB de hoje.
Por isso, a instituição reafirmou sua recomendação de compra dos papéis da Petrobras, com preço-alvo de R$ 31 para as preferenciais (PETR4).
Motivos para crer
Para a dupla, há cinco motivos que justificam uma visão menos emotiva e mais racional da empresa, mesmo com a vindoura troca de comando.
O primeiro é que, apesar de tudo, os preços praticados pela Petrobras estão muito perto da paridade com os combustíveis importados. O segundo é a estimativa do UBS BB de que a estatal entregará cerca de 35% de fluxo de caixa livre neste ano. Além disso, os analistas veem a Petrobras negociando por um múltiplo de 3,5 vezes o Valor da Empresa/Ebitda.
O quarto motivo é o fato de a companhia ser uma exportadora líquida (exportações menos importações) de óleo cru. Por último, a empresa está mais protegida por melhores mecanismos de governança corporativa que no passado.
“Para nós, neste ponto, a assimetria parece pender para a alta”, afirmam os analistas.
Segundo o UBS BB, a reação exagerada do mercado, ontem, é justificada pelos “fantasmas do passado” que assombraram a estatal, mas a situação melhorou e não há motivos para pânico.
“A atual estrutura regulatória da Petrobras é muito diferente da de cinco ou dez anos atrás”, afirmam. “Hoje, vemos uma reação imediata da CVM, bancas de advocacia manifestando o direito de os minoritários apresentarem uma ação coletiva contra o governo brasileiro, e o Ministério Público exigindo explicações do governo”, listam.
O UBS BB acrescenta que, “acima de tudo, as leis e estatutos mais rígidos indicam que mudanças que possam ferir os melhores interesses dos minoritários são mais difíceis hoje, e com um custo político potencialmente maior”.