UBS corta preço-alvo da B3, mas discorda do Santander, e diz que ação vale a pena
Em relatório obtido pelo Money Times, o UBS cortou o preço-alvo das ações da B3 (B3SA3) de R$ 53 para R$ 45. A cifra representa um potencial de alta de 13,5% sobre o fechamento do papel nesta quinta-feira (16) – R$ 39,63.
A recomendação permanece de compra. A posição contrasta com a do Banco Santander, que, em relatório, recomendou manutenção.
Segundo o banco suíço, o novo valor reflete o impacto estimado da pandemia de coronavírus sobre importantes variáveis que afetam o preço dos papéis da dona da bolsa brasileira de valores.
Embora o volume médio diário de negociações tenha disparado em março para R$ 34 bilhões, devido à volatilidade, o UBS acredita que o volume baixe para R$ 23 bilhões após a pandemia.
Além disso, Mariana Taddeo e Kaio Prato, que assinam o relatório, cortaram a estimativa de crescimento do volume negociado diário para o período de 2021 a 2024. A redução média é de 1,3%.
A estimativa do número de contratos negociados diariamente também caiu cerca de 3% para os próximos anos, embora o UBS ainda espere que 2020 termine com uma alta de 4%, chegando a 6,8 milhões de contratos diários.
Mais risco, mais retorno esperado
Outra variável revista foi o custo de capital para os acionistas (Ke), que indica o retorno mínimo exigido por alguém para comprar ações. No caso da B3, o Ke subiu de 10,6% ao ano para 11,3% aa, refletindo o aumento da aversão ao risco dos investidores a ativos brasileiros.
Tudo isso desembocou no corte do crescimento esperado do lucro por ação (LPA) entre 0,.4% e 2,5%, no período de 2020 a 2024.
“Pensamos que o valuation da B3 continua atraente, a 20,9 vezes o P/L (preço/lucro) esperado para 2020, com um desconto de cerca de 13% em relação a seus pares globais, mas com uma margem de ebitda maior”, afirmam os analistas. A margem de ebitda projetada pelo UBS é de 76% neste ano, ante a média global de 67%.