UBS compra a fatia remanescente de 40% do family office brasileiro Consenso
O UBS comprou os 40% restantes do capital do multi-family office brasileiro Consenso Investimentos e está reorganizando o negócio para dobrar o número de assessores de investimento.
“A integração da Consenso está completa agora, com uma nova plataforma de tecnologia, então estamos prontos para crescer agressivamente”, disse Bruno Barino, co-presidente da UBS Consenso, posição que divide com o sócio fundador da Consenso Luiz Borges.
O UBS comprou 60% da Consenso em 2017 e nenhum sócio sênior do multi-family office deixou o banco, disse Barino, que também é co-responsável global de gestão de fortunas do UBS para Brasil. Além de Borges, permaneceram no banco outros sócios principais da Consenso, como, por exemplo, Heinz Gruber, Maria Alice Gouvêa, Daniel Auerbach e Valéria Milani.
O UBS agora planeja contratar 25 assessores de investimento em cerca de um ano, disse Barino.
Contratar executivos de private banking no ambiente competitivo do Brasil será um desafio. O negócio de gestão de fortunas está crescendo, pois os juros básicos baixos obrigam clientes ricos a buscar assessoria de investimento para tentar ter retornos mais elevados. Executivos estão deixando carreiras de longa data em casas conhecidas e fundando suas próprias gestoras de fortunas, de forma a se tornarem sócios plenos e receberem dividendos sem diferimentos e com vantagens fiscais.
Um grupo de executivos do Credit Suisse deixou o banco no ano passado e fundou a Wealth High Governance, uma nova gestora de fortunas com participação de 49,9% da XP (XP). Luiz Severiano Ribeiro, chefe do private banking global do Itaú Unibanco (ITUB3; ITUB4), e Carlos Albertotti, chefe de vendas do private banking do Brasil, deixaram o banco brasileiro no mês passado para criar a própria empresa.
A aquisição da Consenso em 2017 ajudou a triplicar os ativos sob gestão do UBS no país para R$ 30 bilhões, disse o banco na época. O UBS não quis fornecer os números de hoje. O foco da UBS Consenso está nos clientes brasileiros com mais de R$ 50 milhões e mantém uma estratégia de plataforma aberta.
O UBS também está avaliando a possibilidade de oferecer serviços de sua corretora aos clientes pessoas físicas do private banking para que possam negociar ações e futuros diretamente, disse Barino. O UBS possui uma das maiores corretoras do Brasil e atualmente atende apenas investidores profissionais.
A aquisição da Consenso “foi um grande sucesso devido à retenção significativa de clientes e fomos capazes de manter uma verdadeira butique de gestão de fortunas dentro do UBS”, disse Barino.