Comprar ou vender?

XP (XP; XPBR31): UBS BB avalia que ação está barata e eleva recomendação; é hora de comprar? 

24 jan 2025, 12:57 - atualizado em 24 jan 2025, 18:41
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UBS BB elevou a recomendação de neutra para compra, mas reduziu o preço-alvo; para os analistas, o valuation da XP está descontado ante pares (Foto: Divulgação)

O UBS BB elevou a recomendação das ações da XP (XP; XPBR31) de neutro para compra. 

Para os analistas, o valuation já incorporou as “duras” premissas macroeconômicas brasileiras, com as ações acumulando queda de cerca de 52% (em dólares) nos últimos 12 meses e, agora, estão “baratas”. 

O banco, por sua vez, cortou o preço-alvo de US$ 19 para US$ 16 — o que representa um potencial de valorização de 31% sobre o preço de fechamento da última quinta-feira (23). 

A redução, segundo os analistas, deve-se à expectativa de lucros mais baixos no curto prazo, uma presunção de Certificado de Operações Estruturadas (COE) ligeiramente mais elevado (de 15,5%) e o câmbio mais desvalorizado. 

Em reação, as ações da XP operaram em alta nesta sexta-feira (24). Os papéis listados na Bolsa de Nova York (NYSE), sob o ticker XP, subiram 4,84%, a US$ 12,79. Já na bolsa brasileira, XPBR31 registraram ganhos de 5,56%, a R$ 75,50. 



Ação da XP está barata 

Nas contas do UBS BB, a XP é negociada a um múltiplo de 8,2 vezes a relação de preço sobre lucro (P/L) para o final d2 2025, perto das mínimas históricas e abaixo dos pares locais e internacionais. 

Os pares internacionais da XP — plataformas de investimento internacionais, bancos de investimento e gestores de ativos — estão negociados a aproximadamente 15x P/L. Já os locais, como o BTG Pactual, operam a cerca de 9x P/L. 

Os analistas, porém, destacam que a XP é “mais leve” em ativos quando comparada aos seus pares locais e bancos tradicionais e o risco de crédito ainda é muito menor  — “o que deve resultar em um prêmio”, dizem em relatório. 

O UBS BB explica que a redução do valuation da XP nos últimos meses foi reflexo, principalmente, da atratividade da renda fixa no cenário atual. “O rendimento dos títulos do governo brasileiro aumentou materialmente em 2024.”

E, apesar do cenário macroeconômico difícil, na visão dos analistas, a expectativa é de que a XP tenha um crescimento no lucro por ação (EPS, na sigla em inglês) de dois dígitos, ainda que baixos, entre o período de 2024 e 2026. 

A companhia também deve manter a lucratividade na faixa baixa de 20% e pagar uma quantia significativa em dividendos nos próximos anos.

O que esperar daqui para frente? 

No relatório, o banco considera que a potencial mudança na distribuição da XP pode melhorar sua margem líquida no longo prazo, embora a empresa tenda a ser mais cíclica — ou seja, com mais custos fixos. 

“Vemos a estratégia recente de expansão positiva para B2C (business to consumer), pois achamos que isso poderia ajudar a XP a controlar a alocação de investimentos e melhorar a experiência do consumidor”, escrevem os analistas. 

“No entanto, não descartamos alguns conflitos entre os principais canais de distribuição da XP: B2C (força de vendas interna) e B2B (consultores financeiros independentes)”, acrescentam.

Em números, o UBS espera um lucro de R$ 5,5 bilhões em 2026, o que é um pouco abaixo do consenso de R$ 5,6 bilhões e o limite inferior do guidance da companhia.  

“Embora nossas estimativas estejam atingindo a faixa baixa do guidance da XP, observamos que o mercado está precificando um menor crescimento dos lucros”, diz o relatório. 

Já o retorno sobre o patrimônio (ROAE) deve atingir 22,6% no próximo ano. 

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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