Opinião

Uber: Prejuízo maior pode decepcionar ainda mais os investidores

01 nov 2019, 12:04 - atualizado em 01 nov 2019, 12:06
Investidores da Uber não estão tão felizes, ainda que a empresa busque encontrar um caminho da lucratividade

Por Haris Anwar/Investing.com

Os investidores não têm botado muito fé no futuro da maior empresa de contratação de motoristas particulares do mundo, a Uber Technologies (UBER) Inc. Suas ações vêm apresentando uma espiral de baixa desde a sua abertura de capital, já que a empresa enfrenta dificuldades para encontrar o caminho da lucratividade.

E acreditamos ser pouco provável ver qualquer sinal de recuperação no balanço do terceiro trimestre que a empresa divulgará na segunda-feira, após o fechamento do mercado. De acordo com a previsão consensual dos analistas, a Uber (UBER) apurará um prejuízo de US$ 0,7 por ação sobre vendas de US$ 3,63 bilhões.

As perdas da empresa de tecnologia, que se encontra em fase de crescimento, não são surpreendentes. Mas o que está gerando dúvidas sobre a companhia sediada em São Francisco (EUA) é a falta de uma estratégia claramente articulada capaz de tornar esse unicórnio em uma empresa lucrativa.

Essa incerteza está prejudicando demais as ações da Uber (UBER). Desde a sua estreia no mercado acionário, em 10 de maio, seus papéis já caíram 30%. Eles despencaram mais de 6% no pregão de ontem, em Nova York, encerrando a sessão a US$ 31,50.

Uber Semanal
Uber Semanal

Em seu relatório financeiro, a empresa precisa afastar a impressão de que sua atividade principal está desacelerando. Os investidores não viram essa confirmação quando a Uber (UBER) divulgou seus resultados do segundo trimestre, em agosto. A receita ajustada nesse período subiu 12% em relação ao ano anterior, a taxa mais lenta na história da companhia, enquanto as perdas totais ultrapassaram US$ 5 bilhões.

Crescimento da plataforma da Uber 

Apesar desses contratempos, o CEO da Uber (UBER), Dara Khosrowshahi, quer que os investidores valorizem a força da sua “plataforma” em evolução que, segundo ele, um dia criará o maior ecossistema de transportes modernos, que incluirá seu serviço de contratação de corridas, seu negócio de entrega de comidas em franco crescimento, o Uber Eats, scooters elétricas, entrega de cargas, veículos autônomos e até mesmo carros voadores.

A última inclusão em seu portfólio de serviços em expansão é a Cornershop, que ajuda supermercados, farmácias e varejistas de alimentos a entregar seus produtos. Tudo isso parece excelente e factível para uma empresa movida pela tecnologia e que mudou a forma como as pessoas se deslocam de um lugar a outro.

A empresa, que tem 10 anos de existência, domina mais de 65% do mercado de contratação de corridas nos EUA, Canadá, América Latina, Europa, Austrália e Nova Zelândia. Porém está ficando mais difícil defender esse predomínio, uma vez que concorrentes muito menores estão gerando novos desafios em todo o mundo.

Para os investidores que desejam ter alguma exposição ao setor de contratação de corridas, acreditamos que a maior rival da Uber (UBER), a Lyft Inc (LYFT), é uma aposta muito melhor. Ao contrário da Uber, a Lyft está focada exclusivamente no transporte e está se aproximando da lucratividade.

A empresa superou as estimativas de receita dos analistas no terceiro trimestre, na quarta-feira, e elevou sua previsão para 2019, reiterando que terá lucro até o final de 2021.

Conclusão

A Uber (UBER) precisa encontrar rapidamente uma forma de melhorar sua atividade principal e mostrar aos investidores que está no caminho certo para eliminar as perdas e aumentar as vendas. Mas, até agora, parece que a empresa ainda tem um longo caminho pela frente.

Resultados do 3T19 serão divulgados na segunda-feira, 4 de novembro, após o fechamento; expectativa de receita: US$ 3,63 bilhões;
expectativa de lucro por ação: -US$ 0,7.

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