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Tyson mostrou que JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3) se garantem com os EUA, mas 2ºS não será um passeio; melhor para Minerva (BEEF3)

09 fev 2022, 11:11 - atualizado em 09 fev 2022, 12:17
Consumo EUA
Apesar da disparada da inflação em 2021, consumo americano não mostra tendência de baixa (Imagem: REUTERS/Jeenah Moon)

Os resultados positivos da Tyson Foods (TSNF34) no primeiro trimestre do ano-fiscal de 2022 dos Estados Unidos devem ser um espelho do que se espera dos balanços do quarto trimestre de 2021 da JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3), os três players frigoríficos naquele mercado.

Em relação ao primeiro, valem os ganhos gerais do concorrente americano, com um portfólio também variado em todas as proteínas e preparados. Quanto à possibilidade da Marfrig, o reflexo aguardado é a geração de caixa com o negócio de carne bovina, único nicho da companhia brasileira em operação naquele mercado, além do de plant based.

Empresas “americanas listadas no Brasil”, como expressa o analista de research da Ativa Investimentos, Sérgio Berruezo, por trazerem dos EUA ente 60% e 70% de suas receitas, os ganhos que serão conhecidos brevemente estão alinhados aos apresentados nos trimestres anteriores.

“Sim, aguardamos um bom desempenho pelo aquecimento do consumo de proteínas como se viu em 2021 todo”, diz.

Como o segmento de bovinos é o mais musculoso, chamou a atenção no balanço da Tyson o mesmo que pode ser reproduzido com JBS e Marfrig. Apesar do mercado consumidor estimulado pelo arrefecimento da pandemia e fim das restrições, o volume de vendas caiu mais de 6%, mas a receita subiu 25,4%, para US$ 5 bilhões.

Demostra que o spread do setor é alto, como afirma o head de pesquisa da Ativa. Esse viés foi alvo de críticas ferozes do presidente Joe Biden, no ano no qual a inflação de 7% foi recorde em vários anos.

O rebanho bovino americano não cresce, a disponibilidade de matéria-prima é curta e os custos subiram consequentemente, mas as margens compensaram. As exportações também entram nessa conta.

O ano

Para o final de 2022, talvez não se repita as performances. Berruezo lembra que o rebanho americano tenderá a ficar menor ainda e o custo da originação possa não ser mais integralmente repassado ao mercado, o que não implica tendência de arrefecimento do consumo, mesmo que o Federal Reserve (Fed) venha impor rodadas de altas dos juros a partir de março.

Daí, por exemplo, que a JBS tenha um pouco mais de punch. “A companhia se encaixa bem em vários cenários pela diversificação do portfólio”.

A recomendação da Ativa é de compra para ações.

Em relação à Marfrig, a exposição menor em produtos, apenas com a National Beef no país, a deixa “muita exposta” ao setor de bovinos. Sua dependência do mercado americano é até maior do que a JBS USA entrega.

Por ora, Sérgio Berruezo recomenda neutralidade à MRFG3.

Compre Minerva

O único frigorífico a não operar diretamente no Estados Unidos, mas que estuda ser listado nas bolsas de lá, o Minerva (BEEF3) se aproveita do bom momento da economia americana na forma das exportações.

Englobando aí as operações da Athena Foods nos embarques uruguaios e argentinos.

Além de a Ativa também esperar um bom balanço da companhia no quarto trimestre, vindo de suas vendas externas ao país – que se consolidou como a segundo destino da carne bovina brasileira em 2021 – o analista acredita que esse canal continuará em crescimento.

E como o Minerva não terá maios pressão de suprimentos nos EUA, se o quadro se confirmar no segundo semestre, o grupo vai se aproveitar da compra de gado que, ao contrário, terá oferta maior no Brasil.

A Ativa Investimentos recomenda compra para o tiker da companhia sediada, por enquanto, em Barretos (SP).

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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