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Twitter x Elon Musk: Repórteres Sem Fronteiras propõe que rede seja comprada por “clube de democracias”

26 dez 2022, 14:35 - atualizado em 26 dez 2022, 14:35
Elon Musk Twitter compra redes sociais repórteres sem fronteiras
Só ele está rindo: Musk precisa ser afastado do controle do Twitter antes que a própria democracia seja arruinada, diz Repórteres Sem Fronteiras (Imagem: Divulgação)

O Twitter tornou-se é uma plataforma importante demais para continuar sob o controle de Elon Musk, um dos homens mais ricos do mundo. A solução para tirá-lo do comando seria a criação de um “clube de democracias” que comprasse a empresa e garantisse seu papel como plataforma de acesso à informação e ao debate.

A proposta é da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), uma organização não-governamental formada por jornalistas para defender a liberdade de informação. “O comportamento imprudente e arbitrário de Elon Musk como CEO do Twitter coloca em perigo uma plataforma online central para o acesso à informação e debate e, acima de tudo, ameaça os princípios democráticos”, afirma a ONG, em um texto publicado em seu site.

“A rapidez com que este bilionário minou o Twitter deveria levar a uma resposta imediata de todas as democracias para financiar a compra desta plataforma social, a fim de colocá-la a serviço da liberdade de opinião e expressão, incluindo o direto à informação”, afirmou Christophe Deloire, secretário-geral da Repórteres Sem Fronteiras, na nota divulgada.

Neste sentido, ele defende a criação de um “clube de democracias”, composto por governos democráticos, ONGs e outras entidades de defesa dos direitos humanos. A figura jurídica desse clube poderia ser uma fundação, supervisionado por um conselho que incluísse autoridades independentes. O grupo financiaria a aquisição do controle do Twitter.

“A era pós-Musk deveria ser uma em que as redes sociais servissem ao interesse público”, acrescentou Deloire.

Twitter e Elon Musk vivem relação conflituosa

Desde que assumiu o controle do Twitter em outubro, numa transação de US$ 44 bilhões, Musk já tomou diversas decisões polêmicas. Ao assumir como CEO da companhia, afirmou que os funcionários deveriam escolher entre trabalhar muitas horas a mais ou a demissão.

Logo começaram a circular fotos de salas do Twitter transformadas em dormitórios para que os empregados não precisassem voltar para casa após longas jornadas de trabalho.

Musk também cortou quase 4 mil funcionários nas primeiras semanas. Outros simplesmente pediram demissão, inconformados com as mudanças. A saída de pessoal começou a ameaçar, inclusive, a própria sobrevivência do Twitter, já que setores inteiros foram extintos, sem que houvesse quem assumisse suas funções.

Para dar um verniz democrático às suas decisões, o bilionário costuma fazer enquetes no Twitter sobre os próximos passos a tomar. Até aqui, contudo, os usuários aproveitaram as oportunidades para criticar Musk.

Na semana passada, por exemplo, 57,5% dos participantes de uma enquete feita pelo próprio empresário defenderam que deixasse o comando do Twitter. No total, mais de 17 milhões de pessoas participaram da sondagem.

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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