Tweet de 2018 coloca Elon Musk no banco dos réus
Um tweet de 2018 coloca Elon Musk diante da justiça americana nesta semana. O julgamento, iniciado ontem (17) em um tribunal federal em São Francisco, examina uma ação coletiva movida por investidores da Tesla (TSLA; TSLA34) contra o CEO e os diretores da companhia.
A ação busca a reparação de grandes prejuízos tomados pelos acionistas, à esteira de uma tentativa fracassada de fechar o capital da Tesla pelo preço de US$ 420 para cada ação. O CEO chegou a informar que o financiamento para a a operação estava garantido.
Am considering taking Tesla private at $420. Funding secured.
— Elon Musk (@elonmusk) August 7, 2018
À época, tweet gerou euforia nos mercados e elevou o preço da ação da Tesla para US$ 387, longe do estipulado por Musk.
Uma semana depois, o bilionário relevou que conversava com gestores do fundo soberano da Arábia Saudita para garantir o fechamento de capital, fato nunca confirmado pelos saudis.
Não demorou muito para que os investidores começassem a desacreditar da garantia feita por Musk, abandonando as ações da Tesla. Um mês após o tweet, as ações da Tesla despencaram para o preço de US$ 263, levando aos prejuízos contestadas judicialmente.
Defesa prevê ‘vida difícil’ em julgamento com júri
Em decisão proferida em abril do ano passado, o juiz do caso Edward Chen negou aos advogados de Musk e de outros diretores da companhia o arquivamento do caso, sinalizando que os executivos não terão vida fácil no convencimento do júri.
No indeferimento, o juiz menciona que “nenhum júri razoável achará o tweet de 7 de agosto correto” .
Semana passada, Chen voltou a decidir contrariamente a moção da defesa de Musk e dos outros diretos que pedia a transferência do processo para o Texas, onde está localizado o HQ da Tesla.
Segundo a CNN Business, os advogados alegam que a cobertura negativa com relação à forma que o bilionário usa sua conta no Twitter torna impossível a formação de um júri imparcial em São Francisco.
Tweet infame já custou milhões ao bolso de Musk
Não é a primeira vez que o tal tweet de 7 de agosto pode levar a uma derrota legal do CEO da Tesla. Ainda em 2018, a Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) dos EUA intercedeu em favor dos investidores da companhia, autuando Musk e os executivos da diretoria em US$ 20 milhões.
A autoridade regulatória também exigiu que o bilionário saísse da presidência da empresa, permitindo a ele que conservasse o título de CEO. Não apenas isso: desde a decisão da SEC, tweets de Musk sobre informações materiais da Tesla estão sob censura prévia de executivos de outras companhias.
O agora segundo homem mais rico do mundo informou que só aceitou as condições da negociação com a SEC por entender que a continuidade da disputa judicial resultaria na perda de credores necessários para o funcionamento da empresa.