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Turquia, Rússia, Ucrânia e ONU se reúnem para tratar sobre exportação de grãos

13 jul 2022, 15:15 - atualizado em 13 jul 2022, 15:15
Trigo
A agência de notícias Interfax citou o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia dizendo que Moscou apresentou um pacote de propostas para uma “rápida resolução prática desta questão” durante a reunião de quarta-feira (Imagem: REUTERS/Edgar Su)

As delegações militares russas, ucranianas e turcas se reuniram com autoridades da ONU em Istambul nesta quarta-feira para conversar sobre a retomada das exportações de grãos da Ucrânia pelo principal porto de Odesa, no Mar Negro, à medida que a crise alimentar global piora.

A Turquia tem trabalhado com as Nações Unidas para intermediar um acordo depois que a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, elevou os preços de grãos, óleos de cozinha, combustível e fertilizantes.

O ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, anunciou as últimas negociações na terça-feira.

A agência de notícias Interfax citou o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia dizendo que Moscou apresentou um pacote de propostas para uma “rápida resolução prática desta questão” durante a reunião de quarta-feira.

Não ficou imediatamente claro se algum progresso foi feito durante as negociações.

“Estamos trabalhando duro de fato, mas ainda há um caminho a percorrer”, disse o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, a repórteres na terça-feira. “Muitas pessoas estão falando sobre isso. Nós preferimos tentar e fazer.”

A Ucrânia e a Rússia são os principais fornecedores globais de trigo, e a Rússia também é um grande exportador de fertilizantes, enquanto a Ucrânia é um produtor significativo de milho e óleo de girassol.

Diplomatas dizem que os detalhes do plano em discussão incluem embarcações ucranianas para guiar navios de grãos pelas águas portuárias minadas; Rússia concordando com uma trégua enquanto os carregamentos se movem; e a Turquia –apoiada pelas Nações Unidas– inspecionando navios para acalmar os temores russos de contrabando de armas.

A agência de notícias Interfax citou Pyotr Ilyichev, chefe do departamento de organizações internacionais do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, dizendo que o país está pronto para facilitar a navegação de navios comerciais estrangeiros para exportar grãos ucranianos.

Ele acrescentou que a Rússia quer controlar e inspecionar os navios para descartar o “contrabando de armas”.

A agência de notícias RIA citou outra fonte diplomática dizendo que as demandas da Rússia incluem a remoção de “obstáculos às exportações” criados pelas sanções ocidentais.

“Há obstáculos para o lado russo nas áreas de seguro de navios, logística, serviços de transporte e operações bancárias devido às sanções impostas”, disse a fonte da RIA.

A Rússia continuou a exportar grãos desde o início da guerra, mas há falta de grandes navios, pois muitos proprietários têm medo de enviá-los para a região. O custo do frete e do seguro também aumentou bastante.

A Ucrânia despertou na terça-feira esperanças de um aumento nas exportações de grãos, apesar do bloqueio da Rússia aos portos do Mar Negro, observando que os navios começaram a passar por uma importante foz do rio Danúbio.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, foi citado pelo jornal espanhol El Pais dizendo que Kiev estava “a dois passos” de fechar um acordo com Moscou.

“As preocupações de segurança, ligadas à posição da Rússia, precisam ser abordadas. Estamos na fase final e agora tudo depende da Rússia”, disse ele, acrescentando que Moscou ainda pode arrastar as negociações.

A invasão russa e o bloqueio marítimo da Ucrânia paralisaram as exportações, deixando dezenas de navios retidos e mais de 20 milhões de toneladas de grãos presas em silos em Odesa.

Os agricultores de ambos os países estão atualmente colhendo a safra de trigo de 2022. Julho-novembro é geralmente a época mais movimentada para os comerciantes enviarem a nova safra de ambos os países.

A próxima colheita também está em risco, pois a Ucrânia agora está com pouco espaço de armazenamento devido à interrupção nas exportações.

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