Turquia planeja usar vacina da Sinovac antes do fim de ensaios
A Turquia planeja iniciar as vacinações contra a Covid-19 com o imunizante fabricado pela chinesa Sinovac Biotech já no mês que vem, antes de concluir os ensaios em humanos, disseram autoridades. O número de mortes diárias por coronavírus no país atinge novos recordes e a ocupação de leitos de terapia intensiva é cada vez maior.
O governo publicou uma mudança nos regulamentos que permite o novo cronograma.
Os chamados ensaios de fase 3, que incluem 12.500 pessoas, ainda não atingiram a marca intermediária e apenas serão concluídos em fevereiro, de acordo com um membro do Conselho de Ciência da Covid-19, um órgão de profissionais de saúde que assessora autoridades. A pessoa pediu para não ser identificada.
As vacinações serão realizadas com base nos resultados dos ensaios finais na Indonésia e no Brasil, bem como com “análises provisórias” na Turquia, disse uma autoridade do governo que falou sob anonimato. Nenhum efeito colateral grave foi observado com a vacina chinesa, disse a fonte.
A Agência de Medicamentos e Equipamentos Médicos da Turquia divulgou a alteração regulatória permitindo as vacinações.
Em “situações excepcionais” em que uma doença infecciosa ameace a saúde pública, vacinas que ainda não possuem “dados abrangentes sobre eficiência, segurança e qualidade” podem receber uma licença de uso emergencial, de acordo com a emenda publicada no Diário Oficial na sexta-feira.
A Turquia assinou um acordo para comprar 50 milhões de doses da vacina da Sinovac. Um carregamento inicial de 3 milhões de doses deve chegar antes do fim do ano, disse a autoridade do governo.
As mortes diárias pelo vírus atingiram recorde de 243 na quinta-feira. Quase dois milhões de casos foram registrados na Turquia, e a taxa de ocupação média de adultos em unidades de terapia intensiva no país chega a 74%.
Atualmente, há pelo menos seis vacinas contra a Covid-19 em ensaios clínicos de fase 3 no mundo todo. Esses estudos têm como objetivo comparar a segurança e a eficácia das vacinas em relação a um placebo.