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Turbulência na América Latina aumenta juros de títulos

04 dez 2019, 17:36 - atualizado em 04 dez 2019, 17:36
Enquanto alguns países enfrentavam protestos impulsionados por motivos internos, investidores observaram o contágio que derrubou as moedas do Chile, Colômbia e Brasil para mínimas históricas na semana passada (Imagem: Pixabay)america 

A turbulência na América Latina aumenta os spreads dos títulos de dívida, e o maior prêmio de risco provavelmente veio para ficar, segundo investidores.

No Chile e na Colômbia, que tinham os custos de financiamento mais baixos da América Latina, cidadãos insatisfeitos pressionam governos a destinar mais recursos para programas de assistência social.

No Chile, a agitação social levou parlamentares a reformar a constituição. Esse movimento afeta orçamentos e pode aumentar déficits com o risco de notas de crédito mais baixas no futuro.

“A agitação social e maiores demandas dos eleitores provavelmente levarão a menor crescimento, maiores custos fiscais, um impulso contínuo em direção a extremos em termos de formulação de políticas”, disse Aaron Gifford, analista de dívida soberana de mercados emergentes da T. Rowe Price Associates em Baltimore, Maryland. “Inevitavelmente, acho que isso significa um prêmio de risco mais alto. Isso significa spreads maiores.”

Enquanto alguns países enfrentavam protestos impulsionados por motivos internos, investidores observaram o contágio que derrubou as moedas do Chile, Colômbia e Brasil para mínimas históricas na semana passada.

O retorno médio da dívida denominada em dólar da América Latina aumentou nos últimos dois meses, atingindo o nível mais alto desde 2016 em novembro, de acordo com o índice Bloomberg Barclays.

Mesmo com os títulos da Argentina já negociados perto de 40 centavos de dólar, os spreads podem aumentar ainda mais se o governo não conseguir um acordo com credores em 2020.

No Chile, o retorno extra que os investidores exigem em relação aos títulos do Tesouro dos EUA subiu em 25 pontos-base depois dos violentos protestos contra o governo iniciados em 18 de outubro, o que provocou a maior retração mensal do PIB em pelo menos duas décadas.

O governo chileno anunciou um pacote de estímulo de US$ 5,5 bilhões na segunda-feira para ajudar a compensar o custo econômico.

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