Tupy: Citi admite riscos dos carros elétricos, mas eleva preço-alvo
O Citi entende que os riscos para a adoção dos carros elétricos comerciais são crescentes para o principal negócio da Tupy (TUPY3) – blocos de motores de ferro e cabeças de cilindros (usados em veículos pesados e motores a diesel) -, mas ainda estima que esse processo será lento e dará tempo de adaptação à empresa. O analista Juan Tavarez manteve a recomendação de compra e elevou o preço-alvo às ações de R$ 17,50 para R$ 20. O valor corresponde a um potencial de valorização de 13%.
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“Os riscos de curto prazo para Tupy parecem menores, assumindo taxas de adoção lentas de veículos comerciais elétricos (que tem vários obstáculos) e penetração estável de diesel em veículos pesados. No entanto, vemos riscos claros a longo prazo para a Tupy se a eletrificação de caminhões das classes 5-7 se materializar, o que até agora não foi abordado pela administração”, mostra o relatório enviado a clientes nesta terça-feira.
Ele ressalta, citando a participação do time de pesquisa do Citi nos EUA e na Europa, que embora a natureza rápida da indústria e da tecnologia seja clara, a taxa de adoção enfrenta muitos obstáculos. Um deles é o peso da bateria, que pode duplicar em veículos comerciais elétricos. Outro, argumenta Tavarez, é a infraestrutura de transporte. Uma frota de tamanho completo pode consumir mais de 50 megawatts.
“O segmento de veículos comerciais da Tupy (53% das vendas) pode enfrentar desafios se as taxas de adoção se revelarem mais rápidas do que o esperado; se a margem de vendas cair para 4%, nosso preço-alvo seria impactado com uma queda de 5% (-R$ 0,90/ação)”, aponta o documento. Por fim, o Citi ressalta que o fim de veículos pequenos a diesel parece inevitável, mas o combustível ainda é a escolha mais racional para veículos que percorrem longas distâncias devido ao torque e economia superiores à gasolina.