TTEN3, SOJA3, SLCE3 e AGRO3: BTG enxerga impactos com proibição da China para soja, mas aponta oportunidade; entenda
A China, principal importadora de soja brasileira, interrompeu os embarques da oleaginosa vinda do Brasil depois que as cargas deixaram de atender requisitos fitossanitários.
Para o BTG Pactual, ainda que o tema careça de detalhes, a proibição pode ser temporária. O banco explica que normalmente as tradings testam cargas da oleaginosa compradas de agricultores antes do embarque, e caso sejam detectadas contaminações, as cargas são devolvidas à fazenda.
“A China é, de longe, a maior importadora global de soja, com o USDA projetando em 61% seu share nas importações totais de soja na safra 2024/2025. Por outro lado, o Brasil é o principal exportador, responsável por 58% das exportações globais. Só em 2024, 71% das importações chinesas de soja tiveram origem no Brasil”, vê Thiago Duarte, Bruno Henriques, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabris.
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Para os analistas, é difícil imaginar que a China reduziria significativamente as importações de soja do Brasil por um longo período sem arriscar uma escassez de farelo de soja. Com isso, eles acreditam que essa proibição tenha curta duração.
“O presidente Trump, durante sua campanha e após assumir o cargo, defendeu tarifas sobre bens de consumo, muitos dos quais exportados pela China. Isso reacendeu preocupações sobre uma possível guerra comercial”.
A safra de soja e a oportunidade de entrada para ações
Os analistas lembram que as fortes chuvas tem afetado o avanço da colheita da soja no Brasil. Atualmente, a colheita de soja no Brasil está em 1% (contra 5% no ano passado) e apenas 2% em Mato Grosso (contra 11% em 2024).
Embora esse atraso seja parcialmente devido ao plantio tardio, o clima úmido também pode afetar a qualidade da soja, contribuindo potencialmente para problemas de contaminação.
“Dito isso, o que nos parece particularmente estranho é que a soja desembarcada recentemente nos portos chineses provavelmente não é da safra atual. A soja colhida este mês ainda não teria sido embarcada. É mais provável que as cargas contaminadas tenham se originado das exportações finais do ano passado”, explicam.
Para o BTG, essa situação é altamente dinâmica e pode impactar ações relacionadas ao agronegócio, como produtores de grãos, além de Boa Safra (SOJA3) e 3tentos (TTEN3). “No entanto, consideraríamos qualquer queda acentuada no mercado como uma oportunidade de compra”.
O banco conta com recomendação de compra para Boa Safra, 3tentos, BrasilAgro (AGRO3) e SLC Agricola (SLCE3), com preço-alvos de R$ 21 (potencial de alta de 108,33%), R$ 22 (potencial de alta de 46,86%), R$ 31 (potencial de alta 38,70%), R$ 24 (potencial de alta 33,19%), respectivamente.