Justiça

TSE determina retirada de posts de Janones que apontam Jefferson como coordenador de Bolsonaro

24 out 2022, 11:49 - atualizado em 24 out 2022, 11:49
Alexandre de Moraes
Moraes também determinou que Janones se abstenha de fazer novas manifestações sobre o episódio envolvendo Jefferson, sob pena de multa de 100 mil reais por cada nova manifestação sobre o assunto (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, concedeu nesta segunda-feira liminar à campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) para determinar a remoção de publicações do deputado André Janones (Avante-MG) nas redes sociais que afirmam que Roberto Jefferson é um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro e que o presidente apoiou o ataque a tiros e granada do ex-deputado contra policiais federais no domingo.

Moraes também determinou que Janones se abstenha de fazer novas manifestações sobre o episódio envolvendo Jefferson, sob pena de multa de 100 mil reais por cada nova manifestação sobre o assunto.

Para Moraes, as publicações de Janones “se descolam da realidade, por meio de inverdades e suposições, fazendo uso de recortes e encadeamentos inexistentes, com o intuito de induzir o eleitorado negativamente, a crer que Roberto Jefferson seria o coordenador de campanha de Jair Messias Bolsonaro e que o candidato teria manifestado apoio aos atos criminosos”.

Jefferson teve a prisão decretada também por Moraes por violar medidas restritivas em sua prisão domiciliar. Ele resistiu à prisão, disparou tiros de fuzil e lançou granadas contra os policiais federais que foram à sua casa cumprir o mandato de prisão. Dois agentes federais ficaram feridos por estilhaços de granada, mas foram socorridos e estão fora de perigo.

O ex-deputado se entregou após oito horas de negociação, episódio acompanhado à distância pelo ministro da Justiça, Anderson Torres, por determinação de Bolsonaro.

Em sua decisão contra Janones, Moraes citou declarações de Bolsonaro condenando o ataque de Jefferson contra os policiais.

“As postagens e manifestações do candidato Jair Messias Bolsonaro acerca do referido incidente são em sentido contrário ao afirmado pelo representado, de modo que os conteúdos impugnados decorrem de interpretação e presunção tendente a desinformar o eleitorado sobre a posição do candidato no caso do episódio”, escreveu Moraes.

Buscando distanciar-se de Jefferson, Bolsonaro negou que o ex-parlamentar seja seu aliado e chegou a dizer que sequer tinha fotos com ele, sendo desmentido quase de imediato por uma série de reportagens e publicações nas redes sociais com fotos suas ao lado do ex-deputado.

Jefferson é um notório apoiador de Bolsonaro e faz coro a ataques feitos pelo presidente a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como o próprio Moraes.

Em publicação no Twitter nesta segunda, Janones, apoiador do adversário de Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse ter sido intimado da decisão e afirmou que a cumprirá.

“Acabo de ser intimado ao vivo durante uma entrevista. Estou proibido a pedido de Bolsonaro de divulgar qualquer foto dele com Jefferson e de fazer qualquer postagem que ligue ambos, sob pena de multa diária de 100 mil reais . Cumprirei a determinação da Justiça”, escreveu o deputado, um dos principais apoiadores de Lula nas redes sociais.

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