TSE cria comissão para ampliar transparência eleitoral e inclui Forças Armadas
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) criou uma comissão para ampliar a transparência e a segurança de todas as etapas do processo eleitoral, dois dias após o presidente Jair Bolsonaro ter voltado a insistir, em manifestação na Avenida Paulista, na adoção do voto impresso para urnas eletrônicas.
A comissão vai contar com a participação de representantes das Forças Armadas –o comandante de Defesa Cibernética, general Heber Garcia Portella–, do Congresso, do Tribunal de Contas da União, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Polícia Federal e do Ministério Público Eleitoral.
A comissão, que terá 12 membros no total, ainda contará com outros seis especialistas em tecnologia da informação e da sociedade civil.
Na sessão do tribunal em que anunciou a iniciativa, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, disse que no dia 4 de outubro haverá uma exposição didática e detalhada do atual sistema de votação com a presença dos partidos e dos ministros da corte. O sistema de votação atual é por urnas eletrônicas.
“Aqui não se faz nada às escondidas. É tudo transparente e aberto pelo bem da democracia brasileira”, destacou.
Barroso tem sido um dos alvos preferenciais dos ataques de Bolsonaro à cúpula do Judiciário. Mesmo após a proposta de impressão do voto nas urnas eletrônicas ter sido derrotada pelo plenário da Câmara, o presidente segue defendendo a adoção da medida com declarações, sem apresentar provas, de que o atual modelo é passível de fraudes, além de ameaçar que poderia não aceitar o resultado resultados.
Pouco antes, em um duro discurso, o presidente do TSE disse que Bolsonaro descumpre a palavra dada ao manter o que chamou de “campanha insidiosa” contra o sistema eletrônico de votação após a derrota da proposta do voto impresso no Congresso.