Política

Truss é favorita para ser premiê britânica, agora que decisão recai sobre membros do partido

28 jul 2022, 14:21 - atualizado em 28 jul 2022, 14:21
“Só perde se quiser” é o refrão comum dos membros do partido, que votarão nas próximas semanas para nomear o novo líder conservador e sucessor de Boris Johnson (Imagem: Dan Kitwood/Pool via REUTERS)

Poucos membros do Partido Conservador no governo apoiaram a secretária de Relações Exteriores, Liz Truss, quando a disputa pela liderança começou neste mês, mas agora há uma sensação de que ela se tornará a próxima primeira-ministra do Reino Unido.

“Só perde se quiser” é o refrão comum dos membros do partido, que votarão nas próximas semanas para nomear o novo líder conservador e sucessor de Boris Johnson.

Mas para muitos membros, a força motriz por trás de seu apoio a Truss é menos sobre ela e mais sobre seu rival, o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak, que, segundo vários conservadores, não pode receber as chaves do número 10 de Downing Street (residência e escritório oficial do primeiro-ministro) após “apunhalar” Johnson.

Depois que Johnson foi forçado a anunciar sua renúncia em 7 de julho em meio a ondas de escândalo, os parlamentares do partido reduziram a disputa de 11 candidatos para Truss e Sunak –e agora cabe a todos os membros do partido decidir, com o resultado a ser anunciado em 5 de setembro.

Com o Reino Unido enfrentando uma possível recessão e inflação em espiral, a maioria do partido quer que seu próximo líder traga estabilidade, cansado do caos causado pelo governo Johnson e uma amarga disputa pela liderança.

Pesquisas de opinião entre os membros colocaram Truss, de 47 anos, bem à frente de Sunak, de 42 aos. Truss na semana passada tinha uma vantagem de 24 pontos sobre Sunak, de acordo com o YouGov, embora ela tenha ficado atrás de Sunak entre os votos dos parlamentares. Mas ter uma base de apoio pouco entusiasmada no partido pode torná-la vulnerável se ela não conseguir estabilizar o navio rapidamente.

“Obviamente, quero Liz Truss se for um dos dois”, disse Paul Donaghy, conselheiro conservador do distrito de Washington South em Sunderland, uma cidade do norte da Inglaterra que se tornou sinônimo de Brexit quando foi a primeira região a cair para o lado “sair” nos resultados do referendo de 2016 sobre a adesão à União Europeia.

“Ela foi uma das únicas que não enfiou a faca em Boris e acho que isso soa verdadeiro para muitas pessoas”, disse Donaghy, que inicialmente apoiou outro candidato.

A opinião de Donaghy está de acordo com a de muitos membros do partido, alguns dos quais se juntaram ao partido por causa de Johnson e são céticos em relação a Sunak, cuja renúncia como ministro das Finanças em 5 de julho ajudou a desencadear uma rebelião mais ampla contra o primeiro-ministro pelos parlamentares conservadores.

Truss e Sunak trocaram farpas especialmente sobre o momento de eventuais cortes de impostos, com Sunak descrevendo os planos de Truss para reduções imediatas como “contos de fadas reconfortantes”, embora ele tenha feito um ajuste de rumo esta semana, oferecendo alívio no aumento das contas de energia.

Truss, por sua vez, chamou Sunak, um antigo membro do partido e ex-banqueiro do Goldman Sachs, de “socialista” cujos planos levariam o Reino Unido à recessão.

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