Internacional

Trump volta a criticar Fed, mas não oferece novos detalhes sobre comércio em discurso em NY

12 nov 2019, 15:39 - atualizado em 12 nov 2019, 16:58
Donald Trump,
Sinais de que a Casa Branca e Pequim estão se aproximando de um acordo comercial têm ajudado as ações dos EUA a bater máximas recordes  (Imagem: REUTERS/Tom Brenner)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mais uma vez mirou nesta terça-feira o Federal Reserve por sua política de taxas de juros, num discurso altamente esperado, mas que não ofereceu novos detalhes sobre a longa guerra comercial de seu governo com a China.

Com os mercados financeiros –desde os de ações em máximas históricas até os de títulos mostrando algum nervosismo– ávidos por notícias sobre o estado das negociações entre Washington e Pequim, Trump lamentou o fato de que os Estados Unidos têm taxas de juros mais altas do que outras economias desenvolvidas e se deu crédito pelo recorde na duração do crescimento econômico.

Veja como foi o discurso de Trump:

“Lembrem-se de que estamos competindo ativamente com países que cortam abertamente as taxas de juros, de forma que muitos agora estão sendo realmente pagos quando quitam seus empréstimos, o que é conhecido como juros negativos. Quem já ouviu falar disso?”, afirmou a membros do Clube Econômico de Nova York.

“Dê-me um pouco disso. Dê-me um pouco desse dinheiro. Quero um pouco desse dinheiro. Nosso Federal Reserve não nos deixa fazer isso.”

O Fed cortou as taxas de juros três vezes desde julho, mas depois de promover uma série de nove aumentos desde o final de 2015. Trump tem criticado repetidamente o Fed por não reduzir ainda mais as taxas.

O discurso era aguardado com ansiedade em Wall Street, onde sinais de que a Casa Branca e Pequim estão se aproximando de um acordo comercial têm ajudado as ações dos EUA a bater máximas recordes nos últimos dias. O otimismo renovado também tem minado o grande rali do ano em ativos seguros, como os Treasuries.

Trechos do texto das declarações preparadas de Trump, no entanto, se concentraram no desempenho da economia e do mercado de trabalho dos EUA desde que ele assumiu o cargo.

Enquanto Trump falava, o índice S&P 500 da Bolsa de Nova York <.SPX> se afastou da máxima histórica alcançada no início do pregão desta terça-feira. Por volta de 15h, o S&P 500 subia 0,24%.

Como sempre tem feito, Trump apontou o rali do mercado para recordes como uma validação de suas políticas econômicas e comerciais.

O S&P acumula alta de mais de 36% desde que Trump tomou posse, embora dois terços desse ganho tenham ocorrido em seu primeiro ano na Casa Branca, antes de seu foco se voltar para o comércio e o presidente começar a impor tarifas sobre as importações da China.