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Trump eleito: Quais são os planos para a taxação de importações (e como o agro no Brasil pode lucrar com isso)

07 nov 2024, 16:24 - atualizado em 07 nov 2024, 16:24
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(Imagem: REUTERS/Jonathan Ernst)

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, venceu as eleições presidenciais nesta terça (6), sendo reeleito para assumir a Casa Branca. Em seu primeiro mandato, o republicano aplicou tarifas que iam de 7,5% a 25% em importações.

Para seu próximo mandato, no entanto, as taxas de Trump trazem algumas preocupações para o mercado internacional, principalmente para a China.

O plano de governo do presidente eleito indica uma adição de tarifas de, pelo menos, 10% sobre todas as importações de países externos. Contudo, para a China, a tarifa sobe para 60%.

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De acordo com a estimativa publicada pelo Peterson Institute for International Economics, em maio, essas tarifas podem custar a uma família de renda média cerca de US$1.700 por ano.

Atualmente, a China vende mercadorias no valor de mais de US$ 400 bilhões por ano para os EUA e centenas de bilhões a mais em componentes para produtos que os norte-americanos compram de outros países.

Considerando este valor com as tarifas, a China pagará mais de US$ 240 bilhões por ano nas exportações aos Estados Unidos.

Além disso, as tarifas inibem o comércio global, reduzem o crescimento dos exportadores e pesam sobre as finanças públicas de todas as partes envolvidas.

As empresas, em sua maioria, repassam os custos de importação para o cliente, portanto, é provável que as tarifas sejam inflacionárias para os consumidores dos EUA. Isso pode resultar no Federal Reserve mantendo as taxas de juros altas por mais tempo.

Como a vitória Trump reverberará na economia global?

Enquanto os líderes mundiais lhe davam os parabéns, Trump afirmou nesta quarta-feira (7) que recebeu um “mandato poderoso” para governar.

Se ele colocar em prática apenas uma fração de suas promessas, como as tarifas, mais perfuração de petróleo e mais exigências aos parceiros norte-americanos da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a pressão sobre as finanças governamentais, a inflação, o crescimento econômico e as taxas de juros afetarão em escala global.

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De acordo com o consultor econômico chefe do Grupo UniCredit, Erik Nielsen, à Reuters, as promessas fiscais de Trump são “seriamente preocupantes”. A razão para isso porque prometem expandir enormemente um déficit já excessivo, ao mesmo tempo em que ele ameaça minar instituições importantes.

“É preciso concluir que Trump representa uma ameaça séria — e até agora muito subestimada — ao mercado do Tesouro dos EUA e, portanto, à estabilidade financeira global”, disse Nielsen.

Como as taxas impactam o agronegócio dos Estados Unidos?

Apesar de apoiarem Trump, os agricultores dos Estados Unidos estão preocupados com as ameaças das tarifas chinesas. O setor agrícola do país foi um dos mais atingidos durante a guerra comercial entre os EUA e a China, entre 2018 e 2019, travada pelo republicano durante seu primeiro governo.

A China aplicou tarifas retaliatórias sobre as importações de produtos agrícolas americanos, depois que Trump impôs tarifas sobre uma ampla gama de produtos da China. Em resultado, Pequim transferiu suas compras para o Brasil e Argentina.

As possíveis tarifas em seu novo mandato, contudo, não afetariam apenas a China, e sim outros países para os quais os agricultores gostariam de vender. Os preços do milho e da soja nos EUA caíram para mínimos este ano, sob pressão de colheitas maciças e intensa competição por vendas globais de exportação do fornecedor rival, o Brasil.

Isso afetou fortemente a economia agrícola dos EUA e reduziu a demanda por tratores, colheitadeiras e outros equipamentos agrícolas de empresas como a Deere & Co.

Apesar disso, os agricultores disseram que acreditam que uma nova disputa com Pequim seria de curta duração e menos dolorosa do ponto de vista econômico.

“Não será nem de longe tão prolongado como foi da primeira vez, porque eles sabem que ele está falando sério”, disse o secretário de Agricultura do Texas, Sid Miller, que trabalhou para eleger Trump, à Reuters.

*Com Reuters

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