Trump só deve afetar comércio no Brasil se sentir ameaçado em algum setor, diz fundador da GT Capital
A oposição política entre Lula e Donald Trump não deve alterar a questão do comércio, a menos que o Brasil afete algum setor norte-americano, disse Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital no Giro do Mercado desta quinta-feira (19).
Segundo Labarthe, Trump só deverá impactar o comércio brasileiro se identificar ameaças a setores estratégicos da economia dos EUA. Ele explica que, em sua visão, o presidente eleito já demonstrou uma postura protecionista em seu primeiro mandato, impondo tarifas sobre produtos brasileiros, como o aço, para proteger a indústria do país.
O fundador da GT Capital também cita o recente acordo entre Mercosul e Brasil, apontando que pode gerar uma reação negativa de Trump, com a possibilidade de imposição de novas tarifas ou restrições comerciais.
Após 25 anos de negociações, o acordo foi aprovado no dia 6 deste mês, durante a cúpula do Mercosul realizada em Montevidéu, no Uruguai. A formalização do acordo representa uma oportunidade para ambos os blocos ampliarem o acesso a novos mercados e diminuírem a dependência econômica direta dos EUA.
Em sua perspectiva, Trump poderia usar o acordo como argumento para alegar que o aço brasileiro está sendo vendido a preços muito baixos, justificando medidas protecionistas que prejudicariam as exportações do Brasil.