Trump vê que negociação pode levar a um ganho maior do que tarifa unilateral, diz VP do Bank of China
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump surpreendeu o mundo com a revelação de que sua intenção é aplicar uma tarifa de 10% para produtos importados da China, já que durante a campanha, prometeu taxa de 60%. De acordo com Hsia Hua Sheng, vice-presidente do Bank of China, a surpresa positiva mostra que há espaço para negociação antes de declarar uma guerra comercial.
“O governo americano está vendo que talvez, com uma negociação, pode alcançar um ganho maior do que simplesmente implementar uma tarifa unilateral. A tarifa é simplesmente um método para trazer os seus parceiros para a mesa de negociação”, disse o executivo, em entrevista ao Giro do Mercado desta quinta-feira (23).
Na visão de Sheng, o cenário depende da decisão dos EUA, que tem intenção de reduzir o déficit comercial, ou seja, precisa exportar mais do que importar. “Trump quer reduzir o déficit sem afetar muito a inflação. Isso significa que os EUA têm que forçar seus parceiros comerciais, principalmente aqueles que têm superávit com eles, a comprar mais produtos americanos”, destacou.
O executivo acredita que a saída do Acordo de Paris representa uma medida favorável a essa visão, já que a menor restrição ambiental pode fazer com que empresas americanas ampliem a exploração de petróleo e gás. Com isso, os EUA poderiam fortalecer as exportações para diferentes mercados.
Em relação a China, Sheng considera que o país está investindo fortemente em inovações tecnológicas, principalmente na iniciativa privada, desde a guerra comercial com os EUA durante o primeiro mandato de Trump.
“A China teve uma exportação bastante robusta em 2024, principalmente nos setores de carros elétricos e energias renováveis. Esse desempenho foi resultado de anos de pesquisa e inovação tecnológica das empresas chinesas, visando a autonomia de toda a cadeia produtiva”, afirmou.
O executivo ainda comentou sobre os estímulos promovidos pelo governo chinês em 2024, a ampliação do uso de inteligência artificial e a evolução do mercado de capitais no país. Para assistir o programa na íntegra e ficar por dentro de todos os assuntos, acesse o canal do Money Times no youtube.
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