Trump anuncia novas tarifas de reciprocidade a países que fazem negócios com os EUA
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O presidente Donald Trump anunciou, nesta quinta-feira (13), novas tarifas recíprocas para países que fazem negócios com os Estados Unidos. É esperado que as taxas variem de acordo com cada país.
O republicano afirmou que outros países poderiam reduzir tarifas ou eliminá-las. Países que usam um sistema de imposto sobre valor agregado terão isso considerado como uma tarifa, e enviar mercadorias por outro país para evitar tarifas não será aceito.
Trump disse aos repórteres que também cobraria tarifas sobre carros estrangeiros, semicondutores e produtos farmacêuticos.
No final de semana, o presidente americano já tinha adiantado que preparava o anúncio de reciprocidade tarifária aos países que “tiram vantagem dos EUA”. Trump está usando como justificativa uma lei comercial de 1930 que permite que o presidente imponha taxas de até 50% contra importações de países que discriminam o comércio dos EUA.
Com isso, o Brasil entra na mira de Trump. O país impõe uma tarifa média de 11% sobre produtos americanos, enquanto a tarifa média americana é de 2%.
Entenda a relação comercial entre Brasil e EUA
Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil. Em 2024, as exportações brasileiras para os Estados Unidos totalizaram US$ 40,3 bilhões, correspondendo a 12% do total das vendas externas do país. Já as importações de produtos americanos pelo Brasil atingiram US$ 40,6 bilhões, representando 15,5% do total importado.
As exportações brasileiras se concentram em produtos relacionados a commodities, sendo os principais óleos de petróleo bruto e refinado, no valor de US$ 7,6 bilhões; e produtos de ferro e aço, incluindo ferroligas, ferro-gusa, lingotes e outras formas primárias, somando US$ 5,9 bilhões. Juntos, eles representam 34% do total exportado para os EUA.
Já do lado das importações, os equipamentos de geração de energia (principalmente motores e máquinas não elétricos) são a principal categoria, totalizando US$ 7,1 bilhões e representando 18% do total importado.
Além disso, os Estados Unidos continuam sendo uma das principais fontes de Investimento Direto no País (IDP), com um fluxo líquido estimado de US$ 7,1 bilhões em 2024, o que corresponde a 26% do total líquido recebido nessa categoria.
Atualmente, o Brasil já enfrenta tarifas impostas pelos EUA desde 2022. O governo americano aplica uma alíquota média de 8,6% sobre produtos agrícolas brasileiros e uma tarifa reduzida de 1,1% sobre bens não agrícolas. No entanto, cerca de 66% dos bens e 62% do valor total das exportações brasileiras para os Estados Unidos entram no mercado americano sem a incidência de tarifas.
Veja os últimos anúncios de tarifas de Donald Trump
Desde que assumiu o poder, no dia 20 de janeiro, Trump já anunciou outras mudanças de tarifas sobre produtos importados pelos EUA.
No início do mês, o presidente americano anunciou uma tarifa de 25% sobre os produtos do Canadá e México. No entanto, os dois países ameaçaram uma taxação contrária e conseguiram um acordo que suspende as tarifas por 30 dias.
Já a China foi taxada em 10% e não conseguiu uma negociação. Com isso, já passaram a valer medidas retaliatórias do país asiático contra os EUA.
No início da semana, ele assinou uma série de decretos que impõem tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, cancelando as isenções e cotas isentas de impostos para os principais fornecedores, Canadá, México, Brasil e outros países.
Além disso, o governo americano ameaçou taxar a Colômbia caso o país não recebesse os imigrantes ilegais deportados de volta para o país latino.