Economia

Trump adotou um caminho arriscado, mas há chance de dar certo, diz CEO da Persevera Asset

11 abr 2025, 18:00 - atualizado em 11 abr 2025, 18:00
Evento Advance 2025; efeito tarifas de Trump
Da esquerda para a direita: Guilherme Maia, economista da Opportunity; Guilherme Abboud, CEO da Persevera Asset (Foto: Divulgação/Fami Capital)

O tarifaço dos Estados Unidos, anunciado pelo presidente Donald Trump há uma semana, elevou as incertezas e trouxe uma turbulência nos mercados. Mas, para a Perservera Asset, as medidas podem ter um efeito positivo para os EUA, a despeito do risco de recessão da maior economia do mundo. 

“O Trump adotou um caminho super arriscado, que pode dar muito errado, mas também existe uma chance — maior do que o mercado precifica hoje — de dar certo”, afirmou Guilherme Abboud, CEO da Persevera Asset, durante o evento Advance 2025, promovido pela Fami Capital e realizado nesta sexta-feira (11).

“Há chance de, no final das contas, os Estados Unidos saírem vitoriosos, com uma relação um pouco mais equilibrada de comércio exterior”, acrescentou Abboud. 

Segundo o gestor, Trump tem alguma razão em impor tarifas às importações. Para Abboud, muitos países já aplicavam taxas elevadas sobre os produtos norte-americanos e, por outro lado, se beneficiavam de um “super liberalismo”  e vendiam aos EUA “sem tarifa nenhuma”. 

“Para os EUA venderem arroz para o Japão, por exemplo, a tarifa é de 700%. Já para vender laticínios para o Canadá, a taxa é de aproximadamente 40%. O que Trump quer é dar uma equalizada nesse negócio”.

Há também outro motivo a favor dos EUA neste momento, na visão de Abboud: o tamanho do mercado norte-americano — que reflete em maior poder de negociação em relação aos demais países.  

“Os Estados Unidos têm clientes e têm os compradores mais vorazes do mundo. A China é super importante, mas quem tem cliente é mais importante. Então, em uma negociação, quem tem um consumidor voraz, no final das contas, é quem tem uma certa vantagem negociável”, disse. 

Trump diz que quer negociar

Ontem (10),  Trump voltou a afirmar que quer fazer um acordo com a China, em uma reunião do gabinete aberta à imprensa. Ele também disse que a China “quer negociar, mas não ainda sabe como”.

OS EUA aplicaram taxas de importação aos produtos chineses que somam 145%. Em contrapartida, a China também elevou a tarifa sobre os bens e mercadorias norte-americanos para 125%.

Na última quarta-feira (9), o presidente norte-americano suspendeu as taxas adicionais por 90 dias. As taxas recíprocas para os países “selecionados” também foram reduzidas a 10% durante o período para países que iniciaram negociações com os EUA e não retaliaram o ‘plano tarifário’.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, também já afirmou que, ao fechar acordos com os países, haverá mais certeza sobre a política comercial.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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