Tecnologia

Trump acusa Google de manipular resultados de busca para antagonizá-lo

28 ago 2018, 13:14 - atualizado em 28 ago 2018, 13:14

Segundo reportagem publicada pela CNBC nesta terça-feira (28), o presidente dos EUA, Donald J. Trump, acusou a Google de manipular resultados de pesquisa para mostrar cobertura dele e de outras personalidades governistas e conservadoras de uma forma negativa.

De acordo com Trump, todos os resultados de buscas no Google mostram notícias “ruins” sobre o governo, publicadas pela “mídia das fake news”. “Em outras palavras, eles MANIPULARAM (sic), para mim e para outros, para que toda notícia seja RUIM (sic)”, disse o ex-apresentador. “A fake CNN é proeminente. A imprensa republicana/conversadora é excluída. ”

Trump ainda acrescentou: “Ilegal? 96% dos resultados da consulta ‘Trump News’ são compostos da mídia esquerdista, muito perigoso. Google e outras empresas estão censurando as vozes conservadoras e escondendo informações e notícias que são boas. Eles controlam o que podemos ou não ver! ”

É importante notar que os resultados de buscas do Google tendem a considerar o perfil do usuário que está fazendo a consulta, além de outras estatísticas demográficas, de forma que o conteúdo encontrado seja relevante à localização, potencial idade e outras informações que auxiliam no algoritmo do sistema.

“Quando os usuários fazem as consultas na barra de buscas, nosso objetivo é fazer com que eles recebam as respostas mais relevantes em termos de segundos”, afirmou um representante da Google nesta terça.

“A busca da Google não é usada para criar uma agenda política, e nós não influenciamos os resultados de acordo com nossas ideologias políticas. Todo ano, nós desenvolvemos centenas de melhorias nos algoritmos para garantir que eles resultarão em conteúdo de alta qualidade para os usuários. Nós trabalhamos continuamente para melhorar o Google Search e nunca rankeamos resultados para manipular sentimentos políticos. ”

Big tech no Congresso americano

Na próxima semana, representantes das empresas Google, Facebook e Twitter vão ao Congresso testemunhar e discutir os impactos das redes sociais no caso envolvendo manipulação eleitoral e censura.

Facebook e Twitter suspenderam centenas de contas para evitar esse tipo de interferência de figuras internacionais nas eleições de novembro. O Facebook afirmou que removeu 652 páginas, grupos e contas ligadas ao Irã, devido a “comportamento não-autêntico coordenado” que mirava em pessoas dos EUA, do Reino Unido, da América Latina e do Oriente Médio. Já o Twitter removeu 770 contas em preparação para as eleições.

No começo do mês, plataformas como Facebook, YouTube (que pertence à Google), Spotify, Pinterest e Apple removeram conteúdo do apresentador e radialista Alex Jones devido a violações das diretrizes contra discurso de ódio das plataformas. Alex Jones ficou popular na internet e na TV divulgando teorias de conspiração (como a de que produtos químicos em águas dos EUA estariam produzindo sapos homossexuais), por vender produtos de beleza para homens e por ser um vocal apoiador do partido republicano.