Tropas abrem fogo em funeral enquanto Mianmar lamenta dia mais sangrento desde golpe militar
As forças de segurança de Mianmar abriram fogo em um funeral neste domingo, segundo testemunhas, enquanto pessoas de todo o país se reuniam para lamentar as 114 mortes do dia anterior no pior dia de repressão aos protestos desde o golpe militar do último dia 1º de fevereiro.
Os presentes ao funeral do estudante Thae Maung Maung, de 20 anos, conseguiram escapar dos tiros na cidade de Bago, próxima à antiga capital Rangum, e ainda não há relatos de mortes, disseram três pessoas na cidade à reportagem da Reuters.
“Enquanto cantávamos a canção da revolução para ele, as forças de segurança chegaram e atiraram em nossa direção”, disse uma mulher chamada Aye que estava no funeral. “Nós fugimos assim que abriram fogo.”
Três pessoas foram mortas em outros incidentes envolvendo disparos neste domingo e milhares de moradores em uma área de fronteira fugiram para a Tailândia após ataques aéreos do Exército contra uma das várias milícias étnicas que vinham intensificando suas ofensivas desde o golpe, disseram testemunhas e a mídia local.
Uma pessoa foi morta depois que as tropas abriram fogo durante a noite contra um grupo de manifestantes perto da capital Naypyidaw, segundo noticiou o veículo Myanmar News, e houve vários protestos neste domingo na região de Sagaing, próximo à segunda maior cidade do país, Mandalay.
Não houve relatos de manifestações em grande escala em Mandalay, que lidou com o luto pelas vítimas do sábado, Dia das Forças Armadas de Mianmar, ou em Rangum.
Pelo menos seis crianças com idades entre 10 e 16 anos estavam entre as vítimas do sábado, segundo reportagens e testemunhas. Os manifestantes deram a essas vítimas o nome de “estrelas caídas”.