Taxa Selic

Trocas de farpas entre Lula e Campos Neto viram assunto fora do país; entenda

24 abr 2023, 11:06 - atualizado em 24 abr 2023, 11:06
Lula, Roberto Campos Neto
Lula e Campos Neto não concordam sobre futuro da taxa Selic. (Montagem: Money Times)

Desde que Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o poder, já virou rotina as críticas em relação ao Banco Central. O presidente não concorda com o atual patamar da taxa Selic, que está em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado.

A última alfinetada foi na manhã desta segunda-feira (24), durante a abertura do Fórum de Negócios Portugal-Brasil. “Nós temos um problema no Brasil, primeiro-ministro, que Portugal não sei se tem, é que a nossa taxa de juros é muito alta, é muito alta. No Brasil, a taxa Selic, que é a taxa referencial, está 13,75%. Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%. ”, disse.

Além disso, Lula também já se posicionou contra a autonomia do Banco Central e questionou a lealdade do presidente Roberto Campos Neto.

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Por sua vez, o presidente da autoridade monetária também não deixa barato. Em entrevistas e discursos, Campos Neto segue firme e forte defendendo a visão de que as perspectivas de inflação seguem desancoradas a níveis muito arriscados e que a manutenção da Selic elevada é a melhor ferramenta para controlar os preços.

Na sexta-feira (21), na conferência do grupo Lide, em Londres, Campos Neto destacou que “o anseio pela queda de juros é político, mas nosso trabalho é técnico” e que as condições ainda não permitiam um corte na taxa de juros.

Lula e Campos Neto são assunto internacional

Segundo um levantamento realizado pelo Radar +55, hub de inovação do Grupo BCW, essa troca de farpas entre Lula e Campos Neto fizeram com que a política monetária brasileira fosse o tema mais criticado na mídia estrangeira no 1º trimestre de 2023, passando de -47 pontos para -70 pontos.

Das 295 notícias analisadas de países como Alemanha, Argentina, China, Estados Unidos, França, Inglaterra e México, Lula protagonizou 25% das notícias negativas; já o presidente do Banco central esteve em 17% das críticas internacionais.

“O embate entre o Executivo e a presidência do Banco Central sobre a taxa de juros teve forte impacto negativo, com o governo mantendo o discurso oposicionista do período eleitoral e prejudicando a reputação do próprio mandato ao questionar a autonomia da autoridade monetária do país”, aponta o estudo.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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