Troca de papéis: Gleisi Hoffmann assume função de algoz do Banco Central
As duras críticas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava fazendo ao Banco Central não estava sendo bem vista para a sua imagem, que estava cada vez sendo menos aceita pelo mercado financeiro.
Por isso, a ala política do governo e o PT trataram de colocar outra pessoa para assumir esse papel de brigar com a autoridade monetária.
Agora, quem critica a política econômica, a autonomia do Banco Central e o presidente Roberto Campos Neto é Gleisi Hoffmann, presidente do PT.
- Entre para o Telegram do Money Times!
Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo. Clique aqui e faça parte!
Desde o começo do mês, ela vem intensificando os ataques contra o Banco Central e tirando o foco de Lula. A última crítica foi na quinta-feira (23), na qual ela afirma que o BC tem que mudar a política monetária pelo bem do Brasil.
Boletim da FGV alerta pra desaceleração da economia em vários setores e no mercado de trabalho. Com os juros altos desse jeito é com esse cenário que vamos nos deparar, sem crédito, sem investimento. BC tem de mudar a política monetária pelo bem do Brasil.
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) February 23, 2023
A petista fez referência à edição de fevereiro do Boletim Macro do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), que mostra uma desaceleração em diferentes setores da economia.
Segundo o documento, a Selic no patamar de 13,75% ao ano e o cenário global devem levar o Produto Interno Bruto (PIB) a ter um crescimento de 0,2% em 2023.
Guerra contra o Banco Central
No mês passado, Lula decretou guerra contra o Banco Central e sinalizou que pode reverter a independência da autoridade monetárias com o fim do mandato de Campos Neto em dezembro de 2024.
“Quero saber do que serviu a independência. Eu vou esperar esse cidadão [Campos Neto] terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação do que significou o Banco Central independente”, disse Lula em entrevista à RedeTV!.
Ao ser questionado diretamente sobre o fim da autonomia, Lula disse que pode acontecer, mas que isso é irrelevante para ele. “Isso não está na minha pauta. O que está na pauta é a questão da taxa de juros.”
Lula criticou o atual patamar da Selic, que está em 13,75% ano desde agosto do ano passado. Este é o maior patamar da taxa básica de juros desde janeiro de 2017 e deve continuar assim por um bom tempo.
O presidente afirmou que não existe razão para taxa de juro estar em 13,75% e que começará a cobrar o Banco Central.