Triticale: cenário recente pode levá-lo a ser ‘redescoberto’ por agricultores e granjeiros
O triticale é dessas culturas híbridas que ainda não atingiram o potencial produtivo. Mesmo limitado pelas suas características, particularmente por concorrer diretamente com o trigo, ainda assim está longe deter um nível de oferta alto.
Nos anos de 2000, essa planta de inverno, resultado do cruzamento do trigo com o centeio, chegou ter maior área plantada, depois caiu drasticamente. Mas o cenário montado pode fazer com que seja redescoberto.
Na recente temporada de colheita do triticale, da safra 20/21, foi percebido um avanço em todos os estados, de São Paulo até o Rio Grande do Sul.
A resposta está na demanda por alimentação animal, especialmente suínos e aves.
Depois da crise de preços elevados do milho, em 2020, que entrou em 2021 com as exportações encurtando a oferta, forrageiras alternativas entraram no cardápio.
O triticale tem alto valor energético, o manejo é mais simples que o do trigo (que concorre pela mesma área), já há cultivar nacional com alta produtividade e a sua principal destinação não necessita tanta exigência de qualidade quanto o grão que vai para panificação.
Havendo procura, poderá haver mais oferta.
No Paraná, houve um avanço de 6,5 mil hectares para 9 mil na última campanha, resultando em 24,4 mil toneladas, contra o comparativo anterior de pouco mais de 19 mil.
Em São Paulo, a cultura do triticale somou área de 171,3% maior, para mais de 5 mil hectares, de onde saíram 15,6 mil toneladas, uma apuração acima de 150%.
Rio Grande do Sul, que este ano desbancou o Paraná no trigo, também teve aumento pelas duas variáveis.