Tríplice Coroa: Petrobras (PETR4) é a principal escolha para dezembro entre 24 analistas; dividendos são destaque
O último mês de 2024 começou tumultuado para o mercado brasileiro, com o cenário fiscal elevando o pessimismo entre os investidores locais. Em novembro, o Ibovespa (IBOV) encerrou o mês com queda acumulada de 3,12%.
O gosto amargo das últimas semanas teve como causa o anúncio do pacote de corte nos gastos públicos.
No dia 27 de novembro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou o corte de e R$ 71,9 bilhões nos próximos dois anos, sendo R$ 30,6 bilhões em 2025 e R$ 41,3 bilhões em 2026. O impacto estimado até 2030 é de R$ 327 bilhões.
- VEJA MAIS: Participe da comunidade de investidores do Money Times para ter acesso a benefícios exclusivos; confira todos aqui
Mas o que pesou foi a isenção do Imposto de Renda (IR) para salários de até R$ 5 mil mensais, que agravou o pessimismo do mercado. Segundo o chefe da pasta econômica, o impacto da isenção do IR será “neutralizado” por um aumento na taxação de salários acima de R$ 50 mil — o que tem sido considerado “insuficiente”.
Neste contexto, o dólar atingiu máximas históricas — superando os R$ 6 — e expectativa de Selic nas alturas.
A fortaleza da Petrobras
Em meio ao sentimento de cautela, a Petrobras (PETR3;PETR4) consagrou tríplice coroa ao ser a ação mais recomendada para investir em dezembro, de acordo com levantamento realizado pelo Money Times, que mapeou carteiras recomendadas de 24 corretoras e bancos.
A petrolífera recebeu 17 recomendações e também foi a mais indicada em novembro e outubro.
Analistas do BTG Pactual recordam que a empresa divulgou seu Plano de Negócios de 5 anos há algumas semanas e, após discuti-lo com os investidores, afirmam que o sentimento geral é de alívio.
“Embora as ações tenham superado o desempenho do mercado em 11% desde o final de outubro, acreditamos que isso reflete principalmente o efeito de redução de risco de uma curva de investimento que não compromete a capacidade da companhia de sustentar pagamentos de dividendos robustos no futuro”, ponderam.
O BTG acredita que ainda há espaço para uma expansão de múltiplos mais ampla. Dada a postura clara da administração de não acumular caixa, acreditamos que é provável que haja payouts especiais em 2025.
“De fato, os dividendos ordinários esperados da Petrobras, por si só, são atraentes o suficiente para justificar a manutenção das ações, em nossa opinião (Dividend yield ordinário de 11% para 2025)”, concluem.
Em linha, analistas do Safra acreditam que os resultados da estatal continuarão robustos no curto e médio prazo e a empresa manterá uma boa capacidade de distribuição de dividendos.
Adicionalmente, comentam que a Petrobras oferece um valuation atrativo, com as ações negociando com desconto em relação a suas pares internacionais e à sua média histórica.
Por fim, analistas da Ágora Investimentos acreditam que a tese para o investimento em Petrobras segue ancorada nas expectativas de retorno total ao acionista através da distribuição de bons dividendos.
Neste sentido, afirmam que a petrolífera segue com boa geração de caixa e estimam um rendimento médio de dividendos jutos de 12% para os próximos cinco anos.
Ainda, a Ágora recorda que, junto ao Plano Estratégico divulgado em novembro, a Petrobras elevou sua meta de dívida bruta para US$ 75 bilhões e reduziu seu nível mínimo de caixa para US$ 6 bilhões, abrindo espaço para o pagamento de dividendos elevados, mesmo que os preços do petróleo caíssem para cerca de US$ 60/barril.
Vale e Itaú completam o pódio
O pódio com as três ações mais indicadas por analistas para o mês de novembro é completado pela Vale (VALE3) e Itaú Unibanco (ITUB4), com 15 e 13 indicações, respectivamente.
Para os analistas da Ágora, o recente destaque para a Vale foi o “capítulo final” do acordo relacionado ao desastre de Mariana, uma vez que removeu uma significativa pressão vendedora relacionada às ações da mineradora.
“A perspectiva da empresa melhorou significativamente nos últimos meses, com o novo CEO e esse acordo sendo importantes eventos de redução de risco para a empresa”, avaliam.
Sobre Itaú, a Empiricus Research pondera que a capacidade de antecipar ciclos de crédito é uma habilidade que a gestão atual provou ter nos últimos anos.
Dessa maneira, acreditam que a companhia deve manter a boa execução nessa frente — ainda mais relevante diante do ciclo de alta da Selic.
“Após um período relevante de payout abaixo da média histórica, esperamos que o Itaú distribua 50-60% do seu lucro nos próximos 12 meses, o que confere importante carrego à posição”, afirmam.
Veja as ações mais indicadas para dezembro
Empresa | Ticker | Recomendação |
---|---|---|
Petrobras | PETR3/PETR4 | 17 |
Vale | VALE3 | 15 |
Itaú Unibanco | ITUB4 | 13 |
JBS | JBSS3 | 13 |
Prio | PRIO3 | 9 |
Sabesp | SBSP3 | 8 |
Gerdau | GGBR4 | 8 |
- Confira as MELHORES AÇÕES para investir em dezembro e buscar lucros antes do fim do ano, no Giro do Mercado:
Levantamento
O levantamento do Money Times levou em consideração as informações das carteiras de ações divulgadas por 24 instituições. Para novembro, foram indicadas 70 ações, somando 241 recomendações.
Participaram do levantamento Ágora Investimentos, Ativa Investimentos, Andbank, Banrisul Daycoval, BB Investimentos, BTG Pactual, CM Capital, EQI Research, Empiricus Research, Genial Investimentos, Itaú BBA, Monte Bravo, MyCap, Nova Futura, Planner, PagBank, Rico, RB Investimentos, Safra, Santander, Terra Investimentos, Toro e XP Investimentos.