Trigo, soja e milho: Como as commodities fecharam setembro?
Soja, trigo e milho fecharam o último dia útil de um setembro negativo no vermelho. Três das principais commodities agrícolas ampliaram a queda vista em meses anteriores.
Colheitas ‘frescas’ no Hemisfério Norte e fortalecimento do dólar, em meio à retórica mais dura do Federal Reserve, são dois dos fatores que contribuíram para o movimento de queda dos preços na Bolsa de Chicago (CBOT).
Confira abaixo os destaques.
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Trigo
Os contratos futuros de trigo para entrega em dezembro fecharam a sexta-feira com queda de 6,43%. No mês, a retração chega a 10,05%, levando o preço abaixo dos US$ 5.5 por bushel; já no trimestre, o recuo na Bolsa de Chicago (CBOT) foi de 19,29%. Esta foi a quarta queda trimestral consecutiva.
Segundo analista de trigo na Safras & Mercados, Élcio Bento, o movimento de retração nos preços se deve à oferta abundante de trigo do Mar Negro, vindos da Rússia e da Ucrânia, e da Europa Ocidental, onde há destaque para a produção francesa.
“O Hemisfério norte, que colhe 90% de todo o trigo do mundo acabou de colher a safra agora. Essas origens tem trigo muito competitivo. Para concorrer com cereal dessas origens, as cotações nos EUA, mesmo com um quadro de oferta mais apertado, precisam se ajustar”, explica o analista.
Soja
Os contratos futuros de soja para entrega em dezembro recuaram 1,96%, marcando uma semana praticamente lateralizada nas negociações da commodity.
No acumulado de setembro, o preço da soja cai 6,85%, entrando em outubro com o preço abaixo dos US$ 12.8 por bushel, o que reflete uma importante ampliação de oferta.
Segundo Rafael Silveira, analista de trigo na Safras & Mercados, ressalta que o grande motor da queda de preços não decorre da safra americana, onde os cortes de produção já foram absorvidos e precificados.
Na verdade, os mercados olham para como será a safra sul-americana, isto é, Brasil e Argentina. A estimativa é que o Brasil traga à mesa uma safra de 163 milhões de toneladas, 9 milhões de toneladas a mais do que o esperado.
Silveira pontua que a forte expectativa com a produção brasileira se conserva, mesmo diante da chegada do El Niño.
Segundo o analista, a tendência é que a “[Bolsa] de Chicago deve continuar caindo daqui em diante, conforme as safras se aproximam”.
Milho
Os contratos futuros de milho caíram para US$ 4.8 por bushel, após uma queda de 0,92%, devido à baixa demanda da China, que vem priorizando a importação brasileira. Durante o mês, o milho acumula uma queda de 2,41%.
Enquanto isso, a safra de milho dos Estados Unidos permaneceu abaixo dos 1.36 bilhões de bushels, abaixo da expectativa dos mercados, de acordo com os dados do Departamento de Agricultura dos EUA.