Tributação de dividendos: O que acontece com os fundos imobiliários?
Dizem que o ano só começa após o Carnaval. A colocação pode valer, principalmente, para o funcionamento da política, uma vez que as pautas discutidas no Congresso Nacional, de fato, só avançam após a folia. Entre elas está a reforma tributária, que pode pegar em cheio os dividendos.
As mudanças na tributação fazem parte da preocupação de gestores de fundos imobiliários para 2023, sendo um fator de risco para o setor, segundo a XP.
E se passarem a cobrar dividendos de fundos imobiliários?
As analistas de fundos da XP, Maria Fernanda Violatti e Maria Irene Jordão, comentam que, nesta seara, notadamente a preocupação de gestores ouvidos por elas é com a tributação de dividendos, assunto que volta a ser discutido.
“Os impactos para os fundos imobiliários ainda são difíceis de quantificar, já que ainda não há proposta nem previsão de quando o tema será discutido no Congresso”, comentam as analistas.
Elas ressaltam que as medidas de aumento de tributos não começam a valer imediatamente, e sim, apenas no ano seguinte da aprovação, respeitando um mínimo de 90 dias de adequação.
O que perco com a tributação de dividendos?
Violatti e Jordão reforçam que, mesmo com discussões de uma eventual tributação dos dividendos, os fundos imobiliários continuam atrativos.
Elas lembram que, em 2021, quando a possibilidade de tributar dividendos foi discutida, os FIIs ficaram de fora em meio ao seu desenvolvimento recente no Brasil, diante o seu volume financeiro pouco representativo na arrecadação federal.
“Se ainda assim fundos imobiliários forem tributados, eles permanecerão atrativos quando comparados a outras classes de ativos que também passarão a ser tributadas”, dizem.
Elas acrescentam que, de toda forma, já é esperado que ruídos políticos como este sejam responsáveis por volatilidade no mercado secundário.