Tribunal do Cade vai analisar aquisição pela Seara de ativos da Bunge
O tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu realizar análise sobre a aquisição pela Seara, da JBS (JBSS3), de ativos de maionese e margarinas da Bunge, que já havia sido aprovada sem restrições pela superintendência do órgão de proteção da concorrência no início do mês.
A operação, anunciada pelas empresas em dezembro de 2019, envolve a compra pela Seara de três unidades fabris da Bunge em São Paulo, Santa Catarina e Pernambuco, além de um portfólio de marcas dos produtos por 700 milhões de reais.
O negócio chegou a ser alvo de questionamentos da BRF (BRFS3), que apontou preocupações concorrenciais ao Cade e foi aceita como terceira interessada no processo que avaliava a aquisição.
Durante sessão de julgamento na quarta-feira, o conselheiro do Cade Luís Henrique Bertolino Braido destacou que a transação afeta dois mercados relevantes, de margarinas e óleo degomado de soja, e pediu um exame mais aprofundado sobre o mercado de margarinas e as justificativas para sua aprovação.
“Note-se que, como a operação implicará em uma elevada concentração entre dois concorrentes, dentre elas a BRF, caberia ainda aprofundar o exame de modo a afastar a possibilidade de que a estrutura apresentada ao Cade facilite eventuais condutas anticompetitivas no mercado”, disse ele, segundo nota do órgão estatal.
O tribunal do Cade aprovou por unanimidade o chamado despacho de avocação e o processo foi distribuído para relatoria do conselheiro Sérgio Ravagnani.