Tecnologia

Trezentos milhões de empregos podem estar ameaçados por Inteligências Artificiais, aponta banco

01 abr 2023, 17:00 - atualizado em 31 mar 2023, 15:43
Inteligências Artificiais
Inteligências Artificiais podem automatizar dois terços dos trabalhos nos EUA e Europa (Imagem: Pixabay/ Gerd Altmann)

As IAs, ou Inteligências Artificiais, podem promover a automatização de 300 milhões de empregos em tempo integral ao redor do mundo, segundo o banco Goldman Sachs.

Em relatório, o banco apontou que Inteligências Artificiais generativas, como é o caso do ChatGTP, ou seja, que tem a capacidade de criar conteúdos iguais ao da produção humana, podem levar a um crescimento exponencial da produtividade.

O impacto disso seria o aumento em 7% do Produto Interno Bruto(PIB) global no período de 10 anos.

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Entretanto, os empregos podem estar ameaçados, visto que o banco estima a automatização de 300 milhões de ocupações em escala global e, no recorte Estados Unidos e Europa, cerca de dois terços dos trabalhos estão expostos à automatização.

“Apesar da incerteza significativa em torno do potencial da IA generativa, sua capacidade de gerar conteúdo indistinguível da produção criada pelo homem e de quebrar as barreiras de comunicação entre humanos e máquinas reflete um grande avanço com efeitos macroeconômicos potencialmente grandes”, explicam os economistas do Goldman.

É hora de se preocupar com as Inteligências Artificiais?

Apesar do número alarmante e da previsão de perda de empregos, os economistas do Sachs apontam que, historicamente, o deslocamento de trabalhadores devido à automatização foi compensado pela criação de novas ocupações.

“O surgimento de novas ocupações após as inovações tecnológicas responde pela grande maioria do crescimento do emprego a longo prazo”, apontam.

Ainda, os economistas explicam que a combinação de economia significativa nos custos trabalhistas, criação de novos empregos e maior produtividade para trabalhadores não deslocados aumenta a possibilidade de um “boom” de produtividade que aumenta substancialmente o crescimento econômico, embora seja difícil prever o momento deste crescimento.

Movimento para pausa das Inteligências Artificiais

Pesquisadores, especialistas, executivos do setor de tecnologia e até mesmo o bilionário Elon Musk, endossaram uma carta aberta publicada nesta quarta-feira (29), que convida empresas de todo o mundo a pausar o desenvolvimento de Inteligências Artificiais, como o ChatGPT, pelo período de seis meses.

O rápido avanço e a ausência de protocolos de segurança acerca do assunto impulsionaram a publicação da carta aberta pelo grupo sem fins lucrativos Future of Life Institute.

“Os sistemas de IA com inteligência competitiva humana podem representar riscos profundos para a sociedade e a humanidade, conforme demonstrado por extensa pesquisa e reconhecido pelos principais laboratórios de IA”, diz o texto, em tradução para o português.

A carta questiona ainda questões de segurança e o risco que o desenvolvimento de inteligência artificial representa para tarefas realizadas por humanos.

“Portanto, pedimos a todos os laboratórios de IA que parem imediatamente por pelo menos seis meses o treinamento de sistemas de IA mais poderosos que o GPT-4. Essa pausa deve ser pública e verificável e incluir todos os principais atores. Se tal pausa não puder ser decretada rapidamente, os governos devem intervir e instituir uma moratória”, diz o pedido feito.

A coleta de assinaturas está pausada no momento de publicação desta matéria com 1124 signatários, devido à alta demanda. Entretanto, já foram coletadas assinaturas de nomes como Elon Musk, CEO do TwitterTesla SpaceX, Steve Wozniak, co-fundador da Apple e Stuart Russell, professor de Ciência da Computação na Universiade de Berkeley.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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